MILÃO, 24 NOV (ANSA) – O ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, afirmou nesta segunda-feira (24) que a COP30, realizada em Belém, alcançou “o único equilíbrio possível” diante do atual cenário político internacional.
A declaração foi feita durante sua participação no evento Italia Direzione Nord, na Trienal de Milão, após a Cúpula da ONU sobre mudanças climáticas terminar com um acordo tênue.
O documento final apresentou avanços pontuais, como a adoção de um conjunto comum de indicadores para a chamada Meta Global de Adaptação, além de uma lista de pendências que deverão ser retomadas nas negociações do próximo ano, incluindo compromissos relacionados aos combustíveis fósseis, tema que dividiu os países até o encerramento das discussões.
Segundo o ministro italiano, a conferência ocorreu em um contexto “completamente diferente do passado”, distante do modelo das COPs anteriores, onde “a discussão era exclusivamente sobre os méritos”.
Pichetto destacou que “algo diferente no nível político era claramente evidente” e foi decisivo nas negociações deste ano: “A ausência dos Estados Unidos pairou sobre a posição de alguns grandes blocos, como os países árabes”.
Durante a entrevista à margem do evento, Pichetto também comentou sobre as novas manifestações em prol do clima realizadas por ativistas do Extinction Rebellion em diversas cidades italianas. Uma delas, inclusive, tingiu o Canal de Veneza de verde.
Para ele, os protestos fazem parte da normalidade democrática: “É preciso avaliar a situação atual. Tanto a dissidência quanto o consenso são legítimos; fazem parte do cotidiano”, concluiu.
(ANSA).