A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou nesta quinta-feira que a COP28 será a “hora da verdade” para a indústria de petróleo e gás, que deve decidir se vai “contribuir para a crise climática” ou ser “parte da solução”.

A agência da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com sede em Paris disse que a indústria deve adaptar-se às energias limpas e adotar um plano de redução de suas emissões operacionais.

Trata-se de “escolher entre contribuir para uma crise climática que se agrava ou fazer parte da solução buscando o caminho da energia limpa”, destacou a AIE em um “relatório especial” dedicado a esta indústria em busca da neutralidade de carbono em 2050.

Os especialistas desta agência lembram a esta indústria o “contexto de agravamento da crise climática, alimentada em grande parte por seus produtos de base” e instam o setor a alinhar-se com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5ºC na comparação com a era pré-industrial.

Para isso, pensando em 2030, deveriam alocar projetos de energia limpa em metade de seus investimentos, contra 2,5% de 2022.

“A indústria de óleo e gás vai se confrontar com a hora da verdade na COP28 em Dubai”, que começa na próxima semana, disse o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol.

Este organismo calcula que o consumo de petróleo e gás deve diminuir em mais de 75% para alcançar a neutralidade de carbono em 2050, uma das condições para tornar possível o objetivo de +1,5ºC.

Neste cenário, a agência considera que “nenhum projeto de óleo e gás convencional a longo prazo é necessário” e pede ao setor “uma mudança radical na forma que emprega seus recursos financeiros”.

A AIE reconhece que, em 2022, o setor duplicou seus investimentos em energias limpas, mas indicou que representam apenas 1,2% dos investimentos mundiais para descarbonização.

O relatório também pede que as empresas reduzam as emissões produzidas por suas operações em 60% até 2030.

A produção, o transporte e o refino do petróleo e gás geram quase 15% das emissões globais relacionadas à energia, enquanto o restante procede de combustão de veículos e da calefação.

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