Foi cancelada a audiência pública que a Comissão de Meio Ambiente da Câmara faria nesta quarta-feira (27), para tratar da COP-30 que se realizará no próximo fim de ano, em Belém (PA). A iniciativa é da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), mãe do governador do Pará, Helder Barbalho – o principal anfitrião do evento internacional.

Além de Helder Barbalho, foram convidados os ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores; Marina Silva, do Meio Ambiente; e Simone Tebet, do Planejamento. O evento era organizado em parceria com a Frente Parlamentar para o Fortalecimento da COP-30.

Nos bastidores, há um clima de incertezas sobre muitos temas e os desafios que o Governo do Pará enfrenta para explicar, neste momento, como será a logística e se há estrutura na capital paraense para receber chefes de Estado, seus representantes e comitivas de centenas de países. O Governo constroi um parque com infraestrutura que será fixa, mas os desafios de hospedagem e fornecimento de insumos variados, de vários setores, estão nas pautas e preocupam os envolvidos no Estado e em Brasília. Hoje – e até lá, provavelmente – não há uma rede hoteleira que acomode a esperada demanda.

Helder pediu à mãe parlamentar para frear o debate na Câmara, segundo apurou a Coluna com fontes no Congresso Nacional, embora a deputada Elcione veja um cenário a favor neste momento para dar luz aos desafios, dar palco nacional ao governador e buscar ajuda.

Há um receio de que, a despeito da infraestrutura local, o debate da COP-30 seja um fracasso. A Cúpula da Amazônia realizada em Manaus, em agosto do ano passado, foi um fiasco. Nenhum líder importante se fez presente e nenhuma decisão objetiva foi tomada. Tornou-se, na visão de alguns empresários que participaram, um grande passeio e entretenimento com debates sem decisões em eventos paralelos.

Belém, encrustada na floresta amazônica, tem o desafio também de provar que o Estado está diminuindo o desmatamento ilegal. São raros os casos de manejo sustentável na região, onde a madeira extraída ilegalmente – tida como madeira de lei ideal para mobiliário e construção – é o pavor dos ambientalistas na iminência do evento.