O contrato firmado nesta quarta-feira, 31, pela Sabesp com o município de Santo André, de acordo com o prefeito do município, Paulo Serra, para prestação de serviços de fornecimento de água engloba um investimento total de pouco mais de R$ 1 bilhão, sendo R$ 917 milhões em investimento direto. “Com a assinatura desse contrato vamos passar a assinatura do convênio. Possivelmente no mês de agosto já começam as intervenções na cidade, com as duas principais metas de universalizar a distribuição de água para toda a população de Santo André nos próximos seis meses e o tratamento de todo o esgoto também em seis meses.”
“São mais de 700 mil habitantes que serão beneficiados com esse serviço de tratamento de esgoto e mais de 30 mil famílias que não têm acesso à água e vão passar a ter esse serviço”, pontuou Serra.
Além dos R$ 6,8 bilhões em investimentos futuros, os contratos firmados pela empresa com a cidade do ABC paulista e outros 12 municípios do Estado envolvem R$ 7,3 bilhões já investidos e potencial geração de 19 mil postos de trabalho. Dos contratos assinados apenas dois são novos (Tapiratiba e Santo André), observou o presidente da Sabesp, Benedito Braga, sendo o restante se trata de renovação de serviços que já eram prestados.
A dívida do município de Santo André com a Sabesp, um passivo em torno de R$ 3 bilhões que é discutido na Justiça desde o início da década de 90, foi renegociada a partir da assinatura do contrato, uma concessão de prestação de serviço por 40 anos. “Não houve perdão, houve renegociação”, frisou o governador João Doria (PSDB) durante coletiva em que foram assinados os contratos. “Houve uma análise econômico-financeira e o resultado foi positivo, se não isso não seria possível. Temos um conselho de administração independente que jamais aprovaria isso”, acrescentou, sem fornecer detalhes sobre a renegociação.
Sobre Mauá, cuja situação é semelhante à de Santo André, o presidente da Sabesp, Benedito Braga, afirmou que as negociações com a prefeita Alaíde Damo continuam e a expectativa é de uma resposta para o caso nas próximas semanas.
Em São Bernardo do Campo, de acordo com o prefeito Orlando Morando, os investimentos totais somam R$ 1,1 bilhão, sendo que R$ 300 milhões já estão em execução, com a troca da rede de água nos bairros de Rudge Ramos e o programa Pró-Billings, onde todo o esgoto está sendo coletado e tratado.
Privatização
Perguntando sobre as discussões envolvendo a privatização da companhia, Doria afirmou que não iria se pronunciar por se tratar de uma empresa com ações em bolsa. “Na hora oportuna vamos nos pronunciar. A ação da companhia vale mais hoje na bolsa de Nova York e de São Paulo do que valia ao final do ano passado. Ganhou o Estado, que é acionista sim, mas também ganhou o acionista privado”, afirmou.