Em um clima frenético, o estádio de Wembley, em Londres, vai receber neste sábado 90 mil pessoas. Mas não será para acompanhar um clássico de futebol entre Arsenal e Tottenham. Trata-se da 22ª luta profissional de Anthony Joshua, o campeão mundial dos pesos pesados versão Associação Mundial, Federação Internacional e Organização Mundial de Boxe. Ele vai defender os cinturões diante do russo Alexander Povetkin no confronto que deve ter início por volta das 18 horas (de Brasília).

Para muitos críticos britânicos, Joshua, de 28 anos, já é a segunda maior celebridade do esporte no Reino Unido, só sendo superado por Lewis Hamilton, tetracampeão mundial de Fórmula 1.

Suas credenciais provam sua grande popularidade entre os britânicos. Campeão olímpico em Londres-2012, Joshua está invicto e soma 21 vitórias, com 20 nocautes. Sua bolsa para subir no ringue será de 25 milhões de libras (cerca de R$ 132,5 milhões), cinco vezes mais que o adversário. Outro montante semelhante deverá ser arrecadado pelo pugilista por intermédio de seus 13 patrocinadores, incluindo marcas de carro, produtos esportivos e bebidas isotônicas.

Esta será a quarta vez consecutiva que Joshua luta em um estádio de futebol, a segunda em Wembley. As outras duas foram em Cardiff, no País de Gales. Uma quinta luta já está agendada para abril, mais uma vez no tradicional estádio londrino.

Nas quatro vezes em que se apresentou, Joshua levou 250 mil pessoas aos seus combates. Ao mesmo tempo que o ingresso mais caro custa 3 mil libras, o mais barato sai por 40 libras, o que faz com que fãs de todas as classes sociais compareçam às lutas. Ao mesmo tempo, astros do cinema e da música britânica também são figuras carimbadas nos eventos em que Joshua é a estrela. Até a família real posa ao lado do astro do boxe.

Se a propaganda é boa, Joshua é bastante criticado por só lutar na Grã-Bretanha. “Ele precisa invadir os Estados Unidos”, afirmou Lennox Lewis, britânico como Joshua, e que estendeu sua carreira vitoriosa em ringues norte-americanos nos anos 90.

Ninguém acredita em uma derrota de Joshua para Povetkin, um russo bastante forte, campeão olímpico em Atenas-2004, dono de um cartel de 34 vitórias e uma derrota, mas que perdeu a credibilidade ao ser flagrado duas vezes no exame antidoping. Seria algo parecido como o 7 a 1 da seleção brasileira na Copa de 2014. Por isso, muito já se fala de um futuro combate entre Joshua e o norte-americano Deontay Wilder, dono do cinturão mundial do Conselho Mundial de Boxe.

Até lá, Joshua vai aumentando cada vez mais sua conta bancária e posando para fotos e selfies com seus inúmeros fãs pelo mundo todo.