Contra reforma de Macron, trens prometem 36 dias de greve

SÃO PAULO, 16 MAR (ANSA) – Sindicatos ferroviários, que em 1995 pararam a cidade de Paris, na França, prometeram 36 dias de greves pelos próprios três meses, , em protesto contra uma reforma no setor de transporte promovida pelo presidente Emmanuel Macron.   

A primeira greve geral está marcada para o dia 3 de abril, com mobilizações de dois dias a cada semana, até 28 de junho. A reforma afeta o sistema de trens e prevê a remodelação da estatal “Société Nationale des Chemins de fer Français” (SNFC), uma das principais empresas públicas do país. O governo francês avalia que a gestão da SNCF não foi eficiente porque a operadora recebe subsídios anuais de R$ 40 bilhões, e possui dívidas de R$ 185 bilhões. A SNCF é um empresa pública francesa, exercendo atividade dupla como empresa ferroviária encarregada da exploração comercial dos serviços de transporte de passageiros, e também pela manutenção da rede férrea nacional francesa. A França está entre os poucos países no mundo que não se abriu para concorrências ferroviárias. Sendo assim, a SNCF mantém um monopólio e motivo de tabu, já que nenhum outro governo conseguiu alterar o setor. Além disso, Macron está lidando com medidas que podem não agradar aos franceses, como reformas da aposentadoria e da educação, mas, principalmente, das leis trabalhistas. O ano de 1995 ficou na história pela série de greves no governo de Alain Juppé, premier conservador. Desde então, todo governo francês evitou lidar com a reforma ferroviária. Mas o atual presidente francês decidiu apostar fortemente em suas crenças e iniciar as reformas nos serviços de trens.   

Segundo a mídia local, Macron possui apoio de mais da metade da população, que lhe deu 66% dos votos em maio de 2017, quando ele venceu Marine Le Pen nas eleições. O objetivo central proposto por ele é revisar os contratos que hoje garantem aos ferroviários benefícios como o emprego vitalício e aposentadoria antecipada. (ANSA)