A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) lançou nesta terça-feira (3) um dispositivo inédito de luta contra a desinformação para distinguir os veículos de comunicação, tendo como base critérios de integridade e princípios éticos.

Em discussões que duraram meses, para combater a propagação das chamadas “fake news” nas redes sociais, essa “Journalism Trust Initiative” (JTI), ou “Iniciativa para Confiabilidade do Jornalismo”, é um sistema que se baseia na autorregulação dos meios, explicou a RSF em um comunicado.

O projeto recebeu três apoios até o momento: da Agence France-Presse (AFP), da União Europeia de Radiodifusão (UER) e da Global Editors Network (GEN).

O princípio consiste em estabelecer normas de referência e, portanto, um padrão de confiabilidade. Segundo a RSF, isso permitiria distinguir positivamente os veículos que trabalham de maneira confiável e ajudar a valorizar seu trabalho.

Na prática, as redes sociais (como Facebook e Twitter) e os motores de busca poderiam priorizar, em seus algoritmos, os veículos “certificados” pelo JTI, em detrimento de outras fontes.

Segundo a RSF, esses padrões de qualidade vão ajudar a medir o grau de transparência de um veículo, sua independência editorial, o uso de métodos jornalísticos e o respeito por princípios éticos.

Essas normas “serão estabelecidas no âmbito de um processo combinado sob o patrocínio do Comitê Europeu de Normatização (CEN)”, completou a ONG, acrescentando que os respectivos organismos francês (AFNOR) e alemão (DIN) também estarão envolvidos.

Uma vez que essas normas estejam estabelecidas, os veículos de comunicação poderão solicitar sua certificação, conforme processo a ser definido.