Relatório publicado pela Continuum Economics, consultoria do economista Nouriel Roubini, nesta quinta-feira, 15, traz uma visão cautelosa sobre a escolha do economista Roberto Campos Neto para presidir o Banco Central no lugar de Ilan Goldfajn. Entre outros pontos, a instituição aponta dúvidas sobre o grau de liberdade de sua atuação. “Nossa avaliação inicial é de que Campos seguirá a linha de Paulo Guedes no BC, o que não é a melhor perspectiva para um Banco Central que se espera independente. Vamos esperar pelas indicações dos demais diretores para uma avaliação final”, afirma o texto, sob o título “Governo indica trader para ser o novo presidente do Banco Central do Brasil”.

“Campos é economista com experiência puramente como trader em câmbio e renda fixa e não produziu nenhum trabalho acadêmico que possa dar referência sobre sua forma de pensar”, afirma o relatório, assinado pelo economista para América Latina da instituição, Pedro Tuesta. Para a instituição, ele pode levar algumas de suas visões para o BC, mas a natureza do “trading” tende a privilegiar o curto prazo e, geralmente, ajustes de posições, podendo dificultar a visão de política monetária de longo prazo.