As autoridades de San Francisco emitiram, nesta sexta-feira (16), um alerta de contaminação do ar pela fumaça provocada pelo enorme incêndio que há uma semana começou no norte da Califórnia e que deixou ao menos 63 mortos e mais de 600 desaparecidos.

Várias centenas de quilômetros ao sul, perto de Los Angeles, outro incêndio acabou com a vida de ao mês de três pessoas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viajará para a Califórnia no sábado, onde irá se reunir com as vítimas do ocorrido.

O incêndio “Camp Fire”, que começou na quinta-feira passada perto da pequena cidade de Paradise, devastou cerca de 57.500 hectares e a fumaça gerada se deslocou para o sul, chegando a San Francisco, a mais de 200 quilômetros ao sul de Paradise.

As escolas públicas permanecem fechadas nesta sexta-feira e, a pedido da prefeita London Breed, o transporte público é gratuito na cidade. Os voos no aeroporto internacional de San Francisco também foram perturbados devido à visibilidade reduzida.

A qualidade do ar piorou na quinta-feira até alcançar um nível considerado “muito pouco saudável”, disseram as autoridades de Saúde da cidade.

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Moradores publicaram fotos nas redes sociais da famosa ponte Golden Gate, vista com dificuldade em uma atmosfera carregada de partículas.

O balanço do incêndio “Camp Fire”, que já é o mais letal na história deste estado da costa oeste americana, subiu na quinta-feira para 63 mortos, enquanto o número de desaparecidos passou de 300 para 631.

“Quero que entendam o caos excepcional que enfrentamos”, disse em uma entrevista coletiva o xerife do condado de Butte, Kory Honea, para justificar o brutal aumento do número de vítimas.

– A busca continua –

Segundo explicou Honea anteriormente, algumas das pessoas que foram reportadas desaparecidos podem ter sido abrigadas por familiares ou amigos, mas outras podem ter morrido no incêndio.

Os centros de ajuda se concentram ao redor de Paradise, cidade popular entre os aposentados e que ficou destruída pelo fogo.

No total, 461 socorristas, auxiliados por 22 cães especializados na busca de restos mortais humanos, estão percorrendo cada casa na devastada cidade.

As autoridades ligaram para familiares de moradores desaparecidos a fim de fornecerem amostras de DNA para ajudar a identificar alguns corpos encontrados.

Em Paradise, Jhonathan Clark busca nos restos da casa o seu irmão adotivo Maurice, que não deu sinal de vida desde o incêndio.


“O meu pai está começando a perder as esperanças; sabe que Maurice não desapareceria da face da Terrra sem dizer nada a ninguém”, disse à AFP.

“Continuarei procurando e esperando que tudo corra bem”, disse.

A oeste de Los Angeles a situação melhorou nesta sexta-feira e o incêndio “Woolsey” estava contido em 70% depois de ter devastado cerca de 40.000 hectares. Os bombeiros esperam extinguir o fogo até segunda-feira.

Este incêndio começou na quinta-feira passada perto de Thousand Oaks e o fogo se propagou rapidamente alcançando a famosa localidade de Malibu.

A origem dos incêndios ainda não foi identificada, mas várias vítimas do “Camp Fire” apresentaram uma queixa contra o fornecer local de energia elétrica Pacific Gas & Electric (PG&E), afirmando que as faíscas em uma linha de alta voltagem desencadearam o fogo.

No último ano, a Califórnia teve vários incêndios importantes, com um total de quase 100 mortos e a queima de milhares de hectares. A seca tem afetado por vários anos este estado do oeste dos Estados Unidos.


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