ROMA, 27 ABR (ANSA) – Pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o premier da Itália, Giuseppe Conte, visita a região da Lombardia nesta segunda-feira (27).   

Ao chegar na prefeitura de Milão usando máscara de proteção, Conte alertou que “todo mundo esperava voltar ao normal em breve, mas não há condições para voltar ao normal”. “Temos que dizer isso claramente e em voz alta”.   

Conte pediu para a população continuar fazendo esforços para manter o isolamento social, principal medida tomada por diversos países para conter o avanço da Covid-19, já que até o momento no existe cura nem vacina contra a doença. “Estamos fazendo muitos sacrifícios, não é hora de desistir, de todo mundo livre. Este governo não busca consenso, quer fazer as coisas certas, mesmo que isso possa desagradar os cidadãos”, explicou. O premier italiano ainda acrescentou que o governo já introduziu algumas flexibilizações, mas isso não significa que as pessoas podem ir à casa de amigos, fazer festas. Durante seu pronunciamento, Conte foi questionado porque não visitou a Lombardia, epicentro do novo coronavírus na Itália, antes. “Minha presença aqui na Lombardia teria criado um obstáculo na fase mais aguda da emergência de saúde”.   

Ele justificou que essa atitude foi necessária para oferecer “ainda menos entraves e menos transtornos aos operadores, aos gerentes que operam nessa emergência”.   

O político italiano também afirmou que o governo está “estudando um plano para crianças no qual também tentamos combater as dúvidas sobre o tema dos acampamentos de verão”. “Estamos trabalhando em outras medidas, além daquelas estabelecidas como um bônus para babá e licença especial”.   

Por fim, Conte voltou a comentar a polêmica envolvendo a Conferência Episcopal Italiana (CEI), que criticou o governo por não ter liberado a realização de missas e outras celebrações religiosas no país a partir de 4 de maio. “Vamos trabalhar para definir um protocolo de segurança máxima para garantir que todos os fiéis participem das celebrações litúrgicas. Esperamos definir esse protocolo em pleno espírito de colaboração com a CEI”. “Sinto muito, porque este governo respeita todos os princípios constitucionais. Desculpe criar um arrependimento compreensível da CEI. Também conversamos com o presidente [da CEI, cardeal Gualtiero ] Bassetti, não há atitude materialista por parte do governo, falta de sensibilidade. Existe sim, uma certa rigidez com base na literatura científica que eles têm disponível sobre as infecções “, finalizou Conte. (ANSA)