ROMA, 04 SET (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, está reunido com as delegações do populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) para definir os últimos detalhes da nova equipe de governo.   

Historicamente adversários, os dois partidos chegaram a um acordo para formar uma aliança e evitar a realização de eleições antecipadas na Itália, o que poderia dar o comando do governo ao ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, da ultranacionalista Liga.   

A delegação do M5S é formada pelo senador Stefano Patuanelli e pelo deputado Vincenzo Spadafora, enquanto a equipe do PD é encabeçada pelos deputados Dario Franceschini, ex-ministro dos Bens Culturais, e Andrea Orlando, ex-ministro da Justiça. Os quatro devem chefiar ministérios no novo governo.   

A expectativa é que Conte se encaminhe ainda hoje (4) ao presidente da República para apresentar seu gabinete. PD e M5S já concordaram em abolir os cargos de vice-primeiros-ministros, hoje ocupados por Salvini e pelo líder do partido populista, Luigi Di Maio.   

Um dos entraves, no entanto, diz respeito ao papel deste último no novo governo. A hipótese mais provável é que Di Maio assuma o Ministério das Relações Exteriores. A coalizão também deve incluir a aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU).   

Crise – A crise política na Itália começou após Salvini ter rompido a aliança de ocasião com o M5S, com o objetivo de capitalizar a liderança da Liga nas pesquisas e chegar ao cargo de primeiro-ministro.   

O movimento antissistema, no entanto, abriu negociações com seu maior adversário político, o centro-esquerdista PD, e frustrou, ao menos por enquanto, o desejo de Salvini de realizar novas eleições. (ANSA)