ROMA, 8 JAN (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, recebeu nesta quarta-feira (8), em Roma, o marechal Khalifa Haftar, líder do Exército Nacional líbio, para tentar construir pontes entre os dois lados que disputam o comando da Líbia. Durante a reunião, que teve duração de cerca de 3 horas, Conte expressou ao general sua forte preocupação com a contínua escalada de tensão na Líbia e ressaltou que a única solução sustentável é a política e, portanto, convidou Haftar a renunciar a opção militar, informou o Palazzo Chigi. O encontro aconteceu um dia depois que fontes russas informaram que a cidade de Sirte, na Líbia, estaria novamente sob controle das forças do governo de união nacional liderado pelo primeiro-ministro Fayez al-Sarraj.
Sarraj, por sua vez, também era esperado em Roma para conversar com Conte em uma reunião separada, mas não compareceu depois de saber que o político italiano recebeu seu rival. O premier líbio estava em Bruxelas, onde se encontrou com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o do Parlamento Europeu, David Sassoli, e o alto representante para a política externa, Josep Borrell, para debater a crise no país. “O sofrimento do povo líbio deve terminar instantaneamente. Não queremos que a Líbia seja uma terra de escalada ou guerra. A comunidade internacional deve assumir a responsabilidade”, afirmou Sarraj, ressaltando que Haftar é o “atacante” e seu governo, “formalmente reconhecido pelo mundo”, está se defendendo.
Atualmente, Sarraj chefia um governo de união nacional reconhecido internacionalmente pelas Nações Unidas. Ele controla a porção oeste da Líbia, incluindo a capital Trípoli. No entanto, vem sofrendo investidas do marechal Haftar, que comanda um conjunto de milícias leais a um Parlamento paralelo estabelecido em Tobruk, no leste da Líbia. O país vive instabilidades políticas e divisões desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011. Hoje, a Líbia não existe enquanto Estado unitário. A Europa, principalmente a Itália e a França, tentam liderar uma solução para a crise política.
Hoje, inclusive, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, participou de uma reunião sobre a Líbia no Cairo, onde não assinou a declaração final julgando-a muito desequilibrada.
O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S) pediu moderação para não dividir a União Europeia (UE) e “lutou para amenizar a difícil posição de outros países em relação a Sarraj”. (ANSA)