A alta de 0,9% no consumo das famílias no segundo trimestre do ano na comparação com o primeiro foi ajudada por medidas do governo, como a desoneração dos automóveis e o reajuste do Bolsa Família, disse a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. Esta foi a oitava alta trimestral seguida do consumo das famílias.

Palis observa que o desconto nos automóveis ajudou mais no consumo do que serviu de incentivo à produção de veículos novos, uma vez que as montadoras já tinham estoques.

O efeito da medida, portanto, se restringiu, ao menos em um primeiro momento, ao impulso nas vendas. Ela falou em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 1º de setembro.

Outras influências positivas no consumo das famílias foram os reajustes do funcionalismo público, do salário mínimo, além de um mercado de trabalho mais resiliente e medidas de facilitação do crédito.

“Do lado positivo, o mercado de trabalho vem melhorando constantemente, há o crescimento do crédito e várias medidas governamentais como incentivos fiscais, vide redução de preços de automóveis, e os reajustes nos programas de transferência de renda, notadamente o Bolsa Família. Por outro lado, os juros seguem altos, o que dificulta o consumo de bens duráveis, e as famílias seguem endividadas porque, apesar do programa de renegociação de dívidas, elas levam um tempo para se recuperar”, disse a especialista em nota.