Uma multidão ocupou no sábado, 13, as principais ruas de comércio do Brás, na região central de São Paulo, no primeiro sábado após a reabertura das lojas. Defensoras da flexibilização do isolamento social, entidades do comércio reconheceram que enfrentam dificuldades para fiscalizar o cumprimento das medidas de proteção da Prefeitura e do governo.

No início da tarde, consumidores circulavam com sacolas de compras nas imediações do Largo da Concórdia e havia quem dispensasse o uso de mascaras, apesar do decreto que determina a obrigatoriedade do equipamento em locais públicos, em vigor desde o início de maio.

Outra medida não observada pelos frequentadores é a necessidade de se manter a pelo menos 1,5 metro de distância das outras pessoas.

Diretor da Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), Lauro Pimenta estima que 200 mil consumidores passaram no sábado pela região. “Em uma situação normal seriam de 800 mil a 1 milhão de pessoas. É hipocrisia dizer que não vai ter aglomeração no Brás. São 4 mil lojas e 8 mil boxes, só a movimentação interna já é grande. Mas o lojista está preocupado e tem medo de fechar de novo”, afirmou.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a fiscalização dos protocolos de reabertura deve ser feita por autotutela, ou seja, as próprias associações de classe têm de observar o cumprimento das normas. O poder municipal vem fiscalizando apenas os estabelecimento que estão reabrindo de forma indevida e o comércio ambulante irregular, por meio das subprefeituras e da Polícia Militar.

Entidades do comércio admite a dificuldade para fiscalizar. “Infelizmente, não existe uma estrutura de fiscalização. Fizemos uma cartilha das regras para a orientação aos lojistas como proceder, é mais uma novidade que teremos de administrar”, disse Aldo Macri, do Sindicato dos Lojistas de Comércio de São Paulo (Sindilojas).

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Ele afirma que a fiscalização é uma responsabilidade a mais, principalmente em um cenário que nem sempre o cliente colabora. “Há consumidores que não querem colocar o álcool em gel. Ainda tem gente que não usa máscara e temos de colocar máscaras na porta.”

Alfredo Cotait, presidente da Associação Comercial de São Paulo, sugere que a Prefeitura assuma a fiscalização. “Uma associação não tem como fiscalizar um milhão de comerciantes. Nosso papel é de orientar e pedir para seguir as regras. Estamos fazendo esses ajustes.”

Os dirigentes apostam que a situação deve se normalizar nos próximos dias. “Depois de 90 dias fechado, temos de convir que, por mais que essa retomada pudesse ser programada, ela foi feita de forma ainda desorganizada. À medida que formos orientando, os comerciantes vão se adequando aos protocolos de segurança”, disse Cotait.

O termo de compromisso para reabertura foi firmado com 27 entidades, que se comprometeram a adotar medidas de distanciamento social, higiene, orientação dos clientes e dos colaboradores e compromisso para testagem, além de horários alternativos de funcionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias