A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 7,9% em janeiro, ante 9,1% em dezembro, segundo o Indicador de Expectativas de Inflação dos Consumidores, divulgado na manhã desta terça-feira, 24, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado ficou no menor patamar desde janeiro de 2015, quando estava em 7,2%. A queda de 1,2 ponto porcentual ainda foi a mais acentuada da série histórica, iniciada em setembro de 2005, ressaltou a FGV.

“O resultado de janeiro reforça a evidência empírica de que as expectativas de inflação dos consumidores são fortemente vinculadas ao índice de preços ao consumidor acumulado nos 12 meses anteriores. Colaboraram para a queda, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo IBGE) acumulado em 2016, que ficou abaixo do teto da meta de inflação, e a ampla divulgação pela mídia desse resultado pouco esperado, enfatizando a preocupação do governo em controlar o aumento dos preços”, avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Na passagem de dezembro de 2016 para janeiro de 2017, a proporção de consumidores prevendo inflação dentro do teto de tolerância do regime de metas de inflação (de 6,5%) aumentou em 16,5 ponto porcentual, ao passar de 16,0% para 32,5% do total.

Entre as diferentes faixas de renda familiar, a queda na expectativa de inflação foi generalizada. Os consumidores com renda superior a R$ 9.600,00 passaram a prever uma inflação de 6,9% para os próximos 12 meses, o menor nível desde março de 2014, quando estava em 6,8%.

O Indicador de Expectativas de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País.