Menos japoneses acreditam que os preços no país devem subir no próximo ano, segundo uma pesquisa do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira. Trata-se de uma possível indicação de que os consumidores se preocupam mais com a atual fraqueza da economia que com as mensagens positivas dos formuladores da política sobre o futuro.

A pesquisa de setembro mostrou que 65,1% dos cerca de 2.200 consumidores consultados esperam que o índice de preços ao consumidor suba ao longo do próximo ano, o patamar mais baixo em quase quatro anos. Em junho, 72,4% esperavam uma alta na inflação.

A queda ocorre mesmo após o BoJ ter duplicado suas compras de bônus em julho. As empresas japonesas também reduziram suas projeções de inflação, o que indica um ceticismo generalizado de que os preços possam subir.

O primeiro-ministro Shinzo Abe poderia enfrentar mais pedidos para que tome medidas, em meio ao crescente consenso entre os economistas de que o estímulo fiscal e as mudanças estruturais precisam acompanhar a política monetária para enfrentar o temor de que o país fique preso em um quadro de deflação.

Os consumidores japoneses mantêm expectativa fraca para os preços desde 2015, quando o índice de preços entrou em território negativo. Novos estímulos monetários ainda não tiveram o efeito desejado pelas autoridades. O banco central diz que ainda levará tempo para que a alta real nos preços mude a percepção dos japoneses.

A pesquisa mostrou que 4,6% das pessoas consultadas acreditam que os preços devem recuar no próximo ano, alta em comparação com os 3,4% de junho. Na média, os consumidores esperam que os preços subam 3,3% ao longo do próximo ano, no patamar mais baixo desde a projeção de alta de 3% da pesquisa de dezembro de 2012. Fonte: Dow Jones Newswires.