Os consumidores brasileiros que precisam fazer compras fora de seus municípios de origem precisam se deslocar mais de 70 quilômetros, em média, para a aquisição desses bens. Os dados são do levantamento Regiões de Influência das Cidades (Regic) 2018 – Informações de deslocamentos para Comércio, divulgado nesta quinta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a compra de eletroeletrônicos e móveis em outros centros urbanos, o deslocamento médio é de 73 quilômetros. Já a distância média percorrida para a aquisição de itens de vestuário e calçados foi de 78 quilômetros.

“As pessoas normalmente buscam comércio em suas cidades para consumo mais básico. Entretanto, algumas pessoas precisam sair de seus municípios para buscar outros tipos de comércio. Por diversas razões, pode ser mais barato fora”, explicou o gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE, Bruno Hidalgo.

Os resultados, referentes a 2018, não consideram as compras feitas dentro do próprio município nem a aquisição de bens via comércio eletrônico.

O IBGE antecipou a divulgação dos resultados para contribuir com diagnósticos do impacto econômico da pandemia de covid-19, lembrando que as medidas de combate ao vírus desencadearam mudanças no padrão geográfico de consumo devido à redução da atividade comercial e de restrições de deslocamentos entre municípios.

“Pode mudar essa dinâmica (de consumo), podem surgir novas centralidades, os dados podem apoiar esse diagnóstico nesse sentido”, justificou Hidalgo.

O Amazonas foi o Estado com maior média de deslocamentos tanto para compra de vestuário e calçados, 342 quilômetros, em média, como para aquisição de eletrônicos e móveis, com 388 quilômetros. A menor média percorrida foi a dos moradores de Santa Catarina, que se deslocavam 33 quilômetros para aquisição de vestuário e calçados e 36 quilômetros para compra de eletrônicos e móveis.

“É uma média de distância linear. É uma linha reta calculada entre o núcleo de um município até o outro. Isso significa que, na prática, essas distâncias são maiores. Porque tem estradas, tem que levar em conta as condições dessas estradas”, lembrou Hidalgo.

O arranjo populacional de Goiânia (GO) foi o que exerceu atratividade sobre o maior número de municípios (161) para compras de vestuário e calçados, atraindo consumidores do Tocantins, sudeste do Pará, norte de Mato Grosso e oeste da Bahia. A segunda maior centralidade em número de municípios foi a cidade de Caruaru (PE), seguida de Feira de Santana (BA).

Entre os polos identificados como destino de compras de vestuário e calçados, destacaram-se ainda o arranjo populacional de Franca (SP), o município de Jaú (SP), o arranjo populacional de Brusque (SC), Tobias Barreto (SE), Santo Antônio de Jesus (BA), Cianorte (PR), Divinópolis (MG), Santa Cruz do Capibaribe (PE) e Toritama (PE).

As cidades com maior atração para compras de eletroeletrônicos e móveis foram São Paulo (SP) e Manaus (AM), mas também se destacaram Carmo do Cajuru (MG) e os arranjos populacionais de Ubá (MG) e São Bento do Sul (SC) – Rio Negrinho (SC), além de cidades fronteiriças como os arranjos populacionais internacionais de Foz do Iguaçu (Brasil) – Ciudad del Este (Paraguai) e Pedro Juan Caballero (Paraguai) – Ponta Porã (Brasil).