Consórcio quer que prefeitura vete projeto de táxis no BRT

O Consórcio BRT acredita que a Prefeitura do Rio não vai endossar o projeto de lei aprovado na terça-feira, na Câmara dos Vereadores, que libera a circulação de táxis nas faixas exclusivas do BRT e da Avenida Brasil. Por meio de nota, a entidade alegou que priorizar o transporte individual em detrimento do coletivo compromete a qualidade de vida da população.
Ainda de acordo com o consórcio, trafegar em corredor com veículos de grande porte exige um treinamento prévio, principalmente nos trechos que envolvem saída das plataformas e cruzamentos. Em agosto de 2015, houve grave acidente envolvendo um articulado do BRT Rio e um táxi, na Avenida Brigadeiro Trompowsky, na Ilha do Governador. Com a batida, os dois veículos ficaram totalmente queimados.
A vereadora Vera Lins (PP), autora do projeto, justificou que a medida vai melhorar a fluidez do trânsito, dando maior mobilidade aos usuários do modal e desafogando as vias principais.
Para o consórcio, a circulação de qualquer outro veículo, que não os ônibus articulados, pelas pistas do BRT, além de acarretar um risco enorme de acidentes graves, descaracteriza o modal de alta capacidade. Os corredores exclusivos têm objetivo de garantir o transporte rápido de passageiros.
“O Consórcio Operacional BRT acredita, e espera, que a prefeitura, preocupada com as boas práticas de mobilidade para o povo carioca, não vá endossá-lo”, informou a nota do consórcio.
O engenheiro José Oliveira Guerra, especialista em Transportes, acredita que, caso o projeto seja sancionado pela prefeitura, haverá um retrocesso. “A medida não valoriza os investimentos feitos no BRT, que traz ganho de mobilidade às pessoas”, avisou. Para o engenheiro, além do detrimento ao transporte coletivo,
há riscos de acidentes. “No BRT, os ônibus diminuem a velocidade nas paradas das plataformas. Mas, o principal problema estará na saída desses coletivos após a parada para eles reingressarem nas pistas. Há risco eminente de colisão”, alertou Guerra.
O projeto de lei seguiu para a avaliação do prefeito Marcelo Crivella, que tem o prazo de até 15 dias para sancionar ou vetar.