BERLIM, 20 ABR (ANSA) – Os partidos conservadores União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e o União Social-Cristã (CSU) puseram fim à disputa interna nesta terça-feira (20) e indicaram Armin Laschet para disputar a Chancelaria nas eleições de 26 de setembro.   

A briga interna se arrastava há semanas entre Laschet e o presidente do CSU, Markus Söder, que também queria a indicação formal da coalizão, e chega um dia depois dos Verdes, que devem ser a segunda força da disputa eleitoral, anunciarem o nome de Annalena Baerbock como candidata ao cargo de sucessora de Merkel.   

“Os partidos da União agora devem entrar na campanha eleitoral como um time. Eu quero que essa cultura de transparência se afirme também no futuro do trabalho da CDU porque essa é a transparência que nós temos necessidade para a vida da democracia”, disse Laschet ao ser questionado sobre a disputa interna com Söder.   

Por sua vez, o líder da CSU afirmou que a sigla “aceita e respeita” a decisão tomada e que “há a responsabilidade pelo país, mas também pela União”. Söder aproveitou para parabenizar ainda o vencedor.   

Pela primeira vez, Merkel se manifestou sobre a disputa no CDU-CSU e enviou “felicitações do coração” para Laschet. “Não vejo a hora de trabalharmos juntos nos próximos meses”, acrescentou ainda a líder alemã.   

Armin Laschet tem 60 anos e era apontado como o sucessor natural de Merkel, que deixará o poder após 16 anos. No entanto, o governador da Renânia do Norte-Vestfália enfrentou a resistência interna porque pesquisas de opinião mostravam que Söder atraía mais a atenção e tinha mais intenções de voto do que o candidato do CDU.   

A indicação para um possível chanceler é feita por partidos que tenham reais chances de vencer as eleições e, por isso, até o momento, apenas a coalizão CDU-CSU e os Verdes anunciaram quem serão os chefes de Governo em caso de vitória eleitoral.   

Segundo as últimas pesquisas de intenção de votos, o partido de Merkel deve obter cerca de 28% do eleitorado, mas se cogita uma diferença mínima para os Verdes, que tem até o momento 20% dos votos.   

A gestão da segunda onda da pandemia de Covid-19 vem abalando bastante a imagem de Merkel e não se tem certeza se os eleitores vão transferir à estabilidade atrelada à líder alemã ao seu sucessor no CDU. (ANSA).