Os conservadores, no poder desde 2016 na Croácia, lideram os resultados das eleições legislativas realizadas nesta quarta-feira (17), embora não possuam assentos suficientes para governar sozinhos, de acordo com uma pesquisa de boca de urna.

De acordo com esta estimativa, o partido União Democrática Croata (HDZ), do primeiro-ministro Andrej Plenkovic, um nacionalista de direita que busca se manter no cargo, obteria 58 dos 151 assentos no Parlamento.

Já o Partido Social-democrata (SDP) do presidente Zoran Milanovic, um populista de esquerda, teria reunido 44 assentos, à frente dos 13 da direita nacionalista do partido Homeland e os 11 da formação de esquerda ambientalista.

Nas últimas eleições, em 2020, o HDZ conseguiu 66 assentos.

O embate entre Plenkovic e Milanovic ocorre em um momento em que o país da União Europeia enfrenta casos de corrupção, escassez de mão de obra, a inflação mais alta da zona do euro e a migração ilegal.

Plenkovic e o HDZ pareciam caminhar para uma vitória fácil que lhe renderia um terceiro mandato como primeiro-ministro. Mas em meados de março, Milanovic anunciou a sua intenção de concorrer ao SDP.

Milanovic foi premiê por um breve período antes de Plenkovic e seu papel como presidente é em grande parte cerimonial.

“A Croácia nunca teve um governo tão corrupto”, disse Milanovic, de 57 anos, em sua mensagem final antes da votação.

Diversos ministros do atual governo renunciaram por denúncias de irregularidades.

Mas o primeiro-ministro defendeu seu papel na integração do país de 3,8 milhões de habitantes à zona do euro e à livre circulação de pessoas no espaço de Schengen.

Com um salário médio mensal de 1.240 euros (R$ 6.934 na cotação atual), a Croácia é um dos países mais pobres da União Europeia.

Milanovic é a figura mais popular nas pesquisas e sua entrada eleitoral fortaleceu o SDP.

Mas tudo indica que nenhum partido conseguirá uma maioria na Assembleia, segundo pesquisas anteriores.

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