O Conselho Indígena de Roraima (CIR) denunciou a 14 órgãos públicos que crianças yanomamis estariam sendo adotadas de maneira ilegal. Em nota enviada à IstoÉ, o CIR afirmou que uma fonte, que prefere não se identificar, presenciou essa situação e relatou o caso para a assessoria jurídica da entidade.

O documento, que tem como destinatários a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ministério Público de Roraima, o governo do estado, entre outros órgãos, cobra providências por parte das autoridades locais e nacionais para a proteção dos yanomamis.

O CIR informou que teve conhecimento de que crianças yanomamis que foram para Boa Vista, capital de Roraima, para receber atendimento médico teriam sido encaminhadas para a adoção e seus pais destituídos do poder familiar.

A organização indígena ainda cobrou informações e dados de crianças e adolescentes indígenas que estejam separados ou desacompanhados de seus familiares e dos que já passaram pelos órgãos acionados e foram entregues para adoção.

“Vimos, ainda, solicitar informações sobre projetos, medidas e ações tomadas por este órgão para atendimento às crianças indígenas Yanomami separadas ou desacompanhadas, e sobre quais são os procedimentos adotados quando se constata criança indígena Yanomami em situação de vulnerabilidade”, diz o documento.

A IstoÉ entrou em contato Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) e o Ministério Público de Roraima (MP-RR) para saber quais medidas estão adotando a respeito desse caso, mas ainda não obteve retorno.