Alemanha e Bélgica pediram uma votação no Conselho de Segurança da ONU sobre um projeto de resolução para estender a ajuda humanitária transfronteiriça na Síria, uma iniciativa que a Rússia provavelmente vetará, afirmaram fontes diplomáticas nesta terça-feira (7).

O projeto de resolução pede a prorrogação de um ano da entrada de ajuda humanitária na Síria, sem a autorização de Damasco, através de dois pontos na fronteira com a Turquia. A Rússia exige eliminar um desses dois pontos e estender esse programa por seis meses.

O resultado da votação deve ser anunciado no final do dia. “Teremos um veto russo”, adiantou um diplomata que falou sob anonimato, uma previsão também compartilhada por outras fontes.

A autorização da ONU, em vigor desde 2014, expira em 10 de julho. Se a Rússia vetar a proposta, uma medida que a China provavelmente também adotará, será a 15a vez que Moscou faz uso de seu direito ao veto na ONU desde o início da guerra na Síria em 2011.

Além dos países do Ocidente, que defendem a ampliação da autorização de entrada e inclusive pedem reforço em um momento em que a pandemia se espalhou até a Síria, a ONU também exigiu claramente que o sistema seja mantido por um ano com pelo menos dois pontos de entrada na fronteira turca para ajudar o noroeste da Síria, que inclui a região de Idlib.

Em janeiro, Moscou, o primeiro aliado da Síria, já havia reduzido o número de pontos de entrada no país de quatro para dois e limitado a autorização para seis meses, em vez do acordo anual que havia até então.

Rússia, assim como a China, considera que a autorização das Nações Unidas viola a soberania da Síria e que a ajuda humanitária pode ser canalizada pelas autoridades locais à medida em que recuperem o controle dos territórios.