O Conselho de Segurança das Nações Unidas está muito próximo de obter um acordo sobre um cessar-fogo de 30 dias na Síria, declarou nesta sexta-feira o presidente do órgão, o embaixador do Kuwait Mansur al Otaibi.

“Seguimos trabalhando na redação de alguns parágrafos e estamos quase lá”, disse Otaibi, cercado por representantes dos demais nove membros não permanentes do Conselho de Segurança.

O Conselho planejava realizar a votação do projeto de cessar-fogo ainda nesta sexta-feira, mas a consulta foi adiada para o meio-dia deste sábado (14H00 Brasília), para dar mais tempo às negociações entre seus membros, segundo fontes diplomáticas.

A trégua visa principalmente permitir o envio de ajuda humanitária e a retirada de feridos de Ghuta Oriental.

O horário da votação já foi adiado em três ocasiões nesta sexta-feira, enquanto prosseguem as negociações para se evitar um veto russo, disse à AFP uma fonte diplomática.

O último rascunho do texto entregue aos membros do Conselho se limita a “pedir” um cessar-fogo, enquanto a versão precedente utilizava o verbo “decidir”.

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O texto especifica ainda que a trégua não será aplicada a “indivíduos, grupos, empresas e entidades ligadas” à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico. A versão precedente citava apenas as duas organizações.

O projeto de resolução original foi apresentado em 9 de fevereiro por Suécia e Kuwait, mas as negociações pararam e, desde então, o regime sírio bombardeia Ghuta Oriental, onde morreram mais de 400 pessoas nos últimos cinco dias.

A grande interrogação é se a Rússia vetará ou não o novo projeto. Na quinta-feira, o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasili Nebenzia, declarou que “não havia acordo” para a imposição de uma trégua humanitária.

O projeto tem como objetivo aliviar o assédio do regime sírio contra Ghuta Oriental, fornecer ajuda humanitária urgente e evacuar parte da população deste enclave de 400 mil habitantes na região de Damasco.

Mais de 13,1 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária, incluindo os 6,1 milhões de deslocados dentro do país desde o início, em 2011, de uma guerra civil que matou mais de 340.000 pessoas.


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