O Conselho de Segurança da ONU se reúne a portas fechadas nesta segunda-feira (13) para discutir maneiras de aumentar a assistência humanitária à Síria após o terremoto, em meio a crescentes apelos para a abertura de novas passagens de fronteira para entregar ajuda no noroeste do país.

Durante esta reunião privada solicitada pela Suíça e pelo Brasil, responsável pelo caso, o chefe humanitário da agência da ONU, Martin Griffiths, que esteve na Turquia e na Síria neste fim de semana, fará um balanço da situação aos membros do Conselho.

Mas, antes desta reunião, sua mensagem era clara.

“Até agora, falhamos com o povo no noroeste da Síria. Não é de admirar que eles se sintam deixados para trás”, disse Griffiths no Twitter no domingo. “Nossa obrigação é corrigir essa falha o mais rápido possível”, acrescentou.

O terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Síria e a Turquia em 5 de fevereiro deixou pelo menos 35 mil mortos e as comunidades de ambos os países estão desesperadas para receber ajuda emergencial.

Antes do terremoto, quase toda a ajuda humanitária crucial para as mais de quatro milhões de pessoas que vivem nas áreas controladas pelos rebeldes no noroeste da Síria foi entregue da Turquia através da passagem de Bab al-Hawa.

Isto graças a um mecanismo transfronteiriço criado em 2014 por uma resolução da ONU, contestada por Damasco mas também por Moscou, membro permanente do Conselho de Segurança com poder de veto, que tem procurado nos últimos anos reduzir o número de passagens na fronteira de quatro para uma.

A entrega de ajuda através de Bab al-Hawa foi interrompida pelo terremoto, mas, desde então, foi retomada e multiplicam-se os pedidos para a abertura de novas passagens.

“As populações das áreas afetadas contam conosco (…) Devemos votar imediatamente uma resolução para atender ao apelo da ONU para autorizar a abertura de novos pontos de passagem de fronteira para entrega de ajuda humanitária”, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, em uma declaração no domingo, referindo-se a dois pontos de passagem adicionais.

“Não começamos a discutir uma resolução, mas tenho certeza de que o faremos”, afirmou a embaixadora de Malta, Vanessa Frazier, que preside o Conselho em fevereiro.

“Estamos fazendo o nosso trabalho”, completou, ao ser questionada sobre as críticas ao conselho pela lentidão do processo.

“Não faz sentido nos reunirmos sem informações” vindas de especialistas no terreno, acrescentou Frazier, retomando o argumento apresentado por Suíça e Brasil, que na semana passada indicaram que queriam ouvir Griffiths antes de debater o assunto.

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