O Conselho de Segurança da ONU realiza uma sessão nesta quarta-feira (19), a pedido das potências ocidentais, para discutir os ataques com drones na Ucrânia. A União Europeia (UE), por sua vez, anunciou que estava preparando novas sanções contra o Irã pelo fornecimento de drones à Rússia.

A pedido de Estados Unidos, França e Reino Unido – integrantes permanentes do Conselho de Segurança -, os 15 Estados-membros debaterão a portas fechadas em Nova York sobre os drones iranianos no conflito ucraniano, segundo diplomatas americanos, franceses e da ONU.

Não é esperada nenhuma decisão após esta reunião, que está programada para depois da sessão pública no Conselho dedicada à Somália.

Em Bruxelas, a porta-voz da diplomacia europeia, Nabila Massrali, anunciou nesta quarta-feira ter reunido “provas suficientes” que demonstram que os drones utilizados pela Rússia contra a Ucrânia foram proporcionados pelo Irã, e disse que o bloco estava preparando sanções e “uma resposta clara, rápida e firme”.

Uma lista da qual a AFP teve acesso indica que o bloco planeja sanções contra três altos funcionários militares, entre eles o general Mohammad Hossein Bagheri, chefe de pessoal das forças armadas do Irã. As medidas punitivas também afetariam a fabricante de drones Shahed Aviation Industries, uma empresa aeroespacial vinculada à poderosa Guarda Revolucionária iraniana.

Espera-se que essas sanções sejam aprovadas nesta quinta-feira, antes de uma cúpula da UE em Bruxelas.

O Exército ucraniano afirmou nesta quarta que havia derrubado mais de 220 drones de fabricação iraniana em pouco mais de um mês.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado assinalou que “o fornecimento, por parte do Irã, desses tipos específicos de drones para a Rússia é uma violação da Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, e é uma questão que o Conselho deve abordar”.

A Rússia tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e pode bloquear qualquer resolução.

O Irã e a Rússia negaram o uso de drones, e Teerã assinalou que deseja realizar conversas com a Ucrânia.

Funcionários ocidentais afirmam que os drones iranianos são uma evidência de que a Rússia, historicamente um dos maiores exportadores de armas do mundo, viu seu arsenal diminuir bastante pelas perdas no campo de batalha.

A proibição da resolução sobre a venda de armas convencionais do Irã expirou em 2020, apesar das tentativas reiteradas do governo americano do então presidente republicano Donald Trump para mantê-la em vigor.

Contudo, a resolução ainda proíbe, até outubro de 2023, qualquer transferência que possa beneficiar os mísseis balísticos iranianos com capacidade nuclear, a menos que haja permissão do Conselho de Segurança.