O Conselho de Segurança da ONU chamou “todas as partes” no Iêmen a reduzir a violência e retomar as conversações para alcançar um cessar-fogo duradouro, depois que o conflito sofreu uma reviravolta assombrosa, com o assassinato do ex-presidente Ali Abdallah Saleh.
“Os membros do Conselho de Segurança chamam todas as partes à desescalada e a voltar a participar sem condições prévias do processo político dirigido pela ONU para alcançar um cessar-fogo duradouro”, declarou o presidente em exercício do Conselho, o embaixador japonês Koro Bessho, ao final de uma reunião a portas fechadas sobre a situação.
Ao menos 234 pessoas morreram e 400 ficaram feridas nos intensos confrontos dos últimos cinco dias na capital iemenita, informou nesta terça-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Segundo a ONU, 17 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária e sete milhões estão em risco de fome.
“Os membros do Conselho de Segurança condenam firmemente os ataques com mísseis contra a Arábia Saudita”, declarou Bessho, recordando que a ONU declarou um embargo de armas no Iêmen.
Os rebeldes xiitas huthis reforçarão nesta terça-feira seu controle sobre a capital, Sanaa, depois de matar na segunda-feira seu ex-aliado, Saleh, que tentava fugir da cidade.
Os huthis instalaram novos postos de controle em toda a cidade e seus líderes afirmaram controlar a capital.
A guerra no Iêmen já causou milhares de mortos, provocou uma das piores catástrofes humanitárias do mundo e agravou as tensões entre a Arábia Saudita e a outra grande potência regional, o Irã, aliado dos huthis.