O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou, nesta quinta-feira (11), os recentes ataques em Doha e pediu uma “desescalada”, enquanto o Catar assegurou que deseja seguir com seu papel “diplomático” em favor da paz em Gaza.
O Conselho expressou “sua condenação aos recentes ataques em Doha, território mediador-chave” e ofereceu seu “apoio à soberania e integridade territorial do Catar”.
A declaração requer unanimidade dos 15 países-membros, incluindo os Estados Unidos, aliado de Israel.
Os membros do Conselho expressaram sua “solidariedade com o Catar” e insistiram em seu “papel vital nos esforços de mediação na região, juntamente com o Egito e os Estados Unidos”.
Também ressaltaram que “a libertação dos reféns, incluindo os assassinados pelo Hamas, e o fim da guerra e do sofrimento em Gaza devem continuar sendo a prioridade máxima”.
O ataque inédito realizado por Israel no Catar na terça-feira tinha como alvo responsáveis do movimento islamista palestino Hamas reunidos em um complexo residencial em pleno centro de Doha.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al Thani, que viajou a Nova York para participar desta reunião de emergência, recebeu com satisfação a declaração de apoio do Conselho e garantiu “acreditar plenamente na mediação”.
“Continuaremos com nosso trabalho humanitário e diplomático, sem vacilar, para deter o derramamento de sangue”, disse o xeque catari, um dia depois de declarar que seu país estava reconsiderando sua mediação após os ataques israelenses.
“Ao mesmo tempo, não toleraremos nenhum ataque contra nossa soberania e nos reservamos o direito de responder com os instrumentos que nos são garantidos pelo direito internacional”, acrescentou.
“Nosso foco é a paz e não vamos nos deixar desanimar por aqueles que clamam por guerra e destruição”, insistiu, acusando Israel de estar dirigido por “extremistas sedentos de sangue”.
Desde o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel, e as represálias israelenses na Faixa de Gaza, o Conselho de Segurança tem estado praticamente paralisado nesta questão devido aos repetidos vetos, em particular dos Estados Unidos.
O presidente americano Donald Trump declarou estar “muito descontente” com a ação realizada por Israel no Catar na terça-feira.
“Os bombardeios unilaterais dentro do Catar, uma nação soberana que trabalha arduamente e assume riscos corajosamente junto com os Estados Unidos para negociar a paz, não promovem os objetivos de Israel nem dos Estados Unidos”, disse a embaixadora interina dos Estados Unidos, Dorothy Shea, em uma reunião do Conselho realizada mais tarde nesta quinta-feira.
A subsecretária-geral de Assuntos Políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, também expressou sua preocupação com a escalada na região.
“O ataque israelense contra Doha pode abrir um novo e perigoso capítulo neste devastador conflito, ameaçando seriamente a paz e a estabilidade da região”, alertou.
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