Conselho de Segurança da ONU aprova nova força antigangues para o Haiti

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta terça-feira (30) uma resolução que transforma a Missão Multinacional de Segurança (MMAS) no Haiti em uma força maior para combater as gangues, com o objetivo de frear a violência no empobrecido país.

A MMAS, liderada pelo Quênia, foi criada em 2023 para reforçar as operações da polícia contra as gangues, que controlam quase toda a capital do país, Porto Príncipe, e que no início de 2024 obrigaram o então primeiro-ministro, Ariel Henry, a renunciar.

Com pouco financiamento, pouco equipamento e apenas cerca de mil agentes dos 2.500 esperados, a MMAS obteve resultados limitados no Haiti.

A resolução apresentada pelos Estados Unidos e pelo Panamá, que contou com 12 votos a favor e três abstenções, prevê transformar a Missão em uma “nova força de repressão das quadrilhas” criminosas, que terá no máximo 5.500 agentes – ou seja, cinco vezes mais que o efetivo da MMAS.

“A comunidade internacional está compartilhando o fardo”, afirmou um dos promotores da resolução, Mike Waltz, enviado de Washington à ONU.

Na Assembleia Geral da ONU na semana passada, o presidente do Conselho Presidencial de Transição do Haiti, Laurent Saint-Cyr, pediu maior apoio internacional para enfrentar a “guerra” que assola seu país.

“Todos os dias, vidas inocentes são ceifadas por balas, fogo e medo. Bairros inteiros desaparecem, obrigando mais de um milhão de pessoas ao exílio interno e destruindo lembranças, investimentos e infraestruturas”, descreveu Saint-Cyr.

“Este é o rosto do Haiti hoje: um país em guerra, uma Guernica moderna, uma tragédia humana às portas dos Estados Unidos, a apenas quatro horas de voo daqui!”, exclamou na tribuna da ONU em Nova York.

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