Na terça-feira (17), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) informou por meio do seu site oficial que abriu uma sindicância para investigar o caso de uma mulher, de 24 anos, que teve a mão e o punho esquerdos amputados após dar à luz seu terceiro filho no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro.

O órgão comunicou que segue verificando o que ocorreu junto aos responsáveis técnicos do grupo NotreDame Intermédica, empresa proprietária do hospital. “Após a conclusão da sindicância, um processo ético-profissional (PEP) deve ser instaurado para julgar o ocorrido”, acrescentou.

O caso

Após a realização de um parto normal, uma equipe médica do hospital identificou que a paciente sofria de uma hemorragia, conhecida como inversão uterina, e passou a tratá-la. Para isso, a mulher teve de receber medicamento intravenoso na mão esquerda. Porém o local começou a inchar e fica roxo.

Por conta disso, ela precisou ser transferida às pressas para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital da Mulher Intermédica de São Gonçalo, localizado na zona leste da Baixada Fluminense (RJ). Uma outra equipe médica constatou a gravidade do caso e, para salvar o restante do braço, informou que a mão e o punho da paciente precisavam ser amputados.

Além disso, a mulher precisou ficar alguns dias internada e longe do seu bebê recém-nascido. Ao retornar para a casa, teve dificuldade em cuidar do filho mais novo do jeito que gostaria. Para isso, ela contou com ajuda do seu marido, sogra, mãe e irmã.

Questionado pela IstoÉ sobre o que aconteceu com a mulher, o hospital informou por meio de nota que se solidariza com ela e lamenta profundamente o ocorrido. “Reitera o empenho em apurar com toda seriedade, transparência e atenção os procedimentos médicos e hospitalares adotados durante seu atendimento. Para tanto, solicitou ao Comitê de Ética Médico a coordenação desses trabalhos.”

“Independentemente de tal apuração, o hospital vem mantendo contato com a paciente e seus representantes para prestar todo acolhimento possível e atender suas necessidades, assim como se mantém à disposição para que todos os esclarecimentos necessários sejam realizados”, completou.

Já a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou ao portal que o caso foi registrado na 41ª Delegacia de Polícia (Tanque) e segue sendo investigado como lesão corporal culposa. A corporação frisou que deve ouvir testemunhas e solicitar alguns documentos ao hospital para conseguir esclarecer a ocorrência.