Conselho de Guardiões do Irã suspende cooperação com AIEA

LONDRES, 26 JUN (ANSA) – O Conselho dos Guardiões da Revolução Islâmica, órgão executivo supremo do Irã, ratificou nesta quinta-feira (26) a lei aprovada pelo Parlamento de Teerã para suspender a cooperação em programas nucleares iranianos com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).   

A decisão é tomada após os recentes ataques de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares e depois das acusações feitas pela República Islâmica contra o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi.   

A informação foi divulgada pelo Iran International, um canal próximo à oposição iraniana no exterior, citando declarações de um porta-voz do Conselho dos Guardiões.   

Ontem (25), o Parlamento iraniano aprovou a suspensão sob a justificativa de que a AIEA é “cúmplice” dos Estados Unidos e de Israel e teria agido “politicamente motivada” em prol dos interesses ocidentais. Com a suspensão, a ONU fica proibida de inspecionar o programa nuclear do país persa.   

“Qualquer cooperação com a agência ou o envio de relatórios, bem como a entrada de inspetores e gerentes da AIEA estão proibidas até que a segurança das instalações nucleares e dos cientistas iranianos seja garantida”, declarou o presidente da Assembleia, Mohammad Bagher Qalibaf.   

Após a aprovação da legislação, o governo da Rússia disse que quer que “a cooperação do Irã com a AIEA continue”.   

“Estamos interessados na continuidade da cooperação do Irã com a AIEA, mas também em que todos respeitem as declarações do Irã de que não possui e não busca desenvolver armas nucleares”, afirmou ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, citado pela agência Ria Novosti, nesta quinta.   

De acordo com o chanceler russo, a votação do Parlamento iraniano é apenas consultiva.   

Para a Alemanha, “a suspensão da cooperação do Irã com a Aiea é um mau sinal”. “Peço ao governo iraniano que não siga esse caminho”, concluiu o ministro das Relações Exteriores alemão, Johann Wadephul, em entrevista coletiva com seu homólogo canadense em Berlim. (ANSA).