O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp pretende votar nesta quinta-feira, 14 de dezembro, uma punição de 30 dias contra Monica Seixas, deputada estadual do Movimento Pretas pelo PSOL. A parlamentar foi acusada por falta de decoro parlamentar, após questionar a falta de verba destinada à Secretaria da Mulher, do Estado de São Paulo, à secretaria de Políticas para mulheres, em 8 de agosto.

O processo administrativo 26033/2023 é retomado em meio a votações e processos importantíssimos na Alesp, como a privatização da Sabesp, em que Monica denunciou a compra de votos por emendas do governo, e aprovação do orçamento do Estado para 2024. Durante todas as votações Monica escuta pelos corredores comentários ameaçando o mandato por conta da sua postura combativa na Alesp.

Hoje, enquanto celebrava a soltura de dois jovens presos durante a votação forçada de privatização da SABESP na semana passada, a deputada viu subir no sistema um relatório do Conselho de Ética pedindo a suspensão do seu mandato. A penalização proposta pelo Conselho é a mesma que Fernando Cury recebeu por importunação sexual contra Isa Penna. O mesmo Conselho de ética indeferiu o processo contra Wellington Moura, após o deputado ter dito a Monica Seixas que colocaria um “cabresto” em sua boca. Além disso, a penalidade já havia sido decidida pelo Conselho de Ética desde outubro, conforme matéria publicada pelo portal IG: “Nos bastidores, deputados da base acreditam que a punição para Mônica não deve ser pesada. Parlamentares acreditam que, no máximo, ela deverá ser suspensa por algumas semanas”

“Trata-se de perseguição. Estamos em embates importantíssimos na Alesp como a privatização da Sabesp e a aprovação do orçamento estadual de 2024 e eles retomam este processo absurdo para me cercear. Por aqui seguiremos lutando por uma politica antirracista e feminista de verdade que proteja as mulheres. Para isso, faz-se necessário mais verbas”, explana Monica Seixas. “Repito que minha crítica foi direcionada ao governador, que nomeou uma mulher negra a uma secretaria tão importante e não dá condições para o bom cumprimento do trabalho”, finaliza.