O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve abrir um inquérito para investigar uma possível quebra de decoro parlamentar do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). O colegiado deve se reunir nesta quarta-feira, 24. 

Na sessão desta semana, devem ser sorteados três deputados cotados para assumir a relatoria do pedido de cassação protocolado pelo partido Novo. Deputados do PSOL, do União Brasil e militantes do MBL devem ficar de fora da lista. A escolha do nome ficará a cargo do presidente da comissão, deputado Laur Lemanto Júnior (União Brasil-BA). 

Glauber Braga é acusado de expulsar aos chutes o motorista de aplicativo Gabriel Costanaro, militante do MBL. O caso aconteceu na última terça-feira, 16. 

Em vídeos gravados pela IstoÉ, é possível ver Braga empurrando Costanaro e afirmando que ele “nunca voltaria à Câmara”. Ambos foram levados à delegacia do Congresso Nacional. 

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Aos jornalistas, o parlamentar afirmou que foi intimidado pelo integrante do MBL. Segundo o deputado, o jovem teria gravado vídeos dele na Câmara para provocá-lo. 

Glauber Braga ainda afirmou que o rapaz tem uma representação criminal por ameaçar uma senhora de 70 anos de idade, mãe de uma militante do PSOL. Costanaro nega o envolvimento no caso e disse não ter provocado o deputado psolista. 

Após prestar depoimento, Glauber Braga se envolveu em outro bate-boca, desta vez com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), líder do MBL. Kataguiri foi à delegacia para ouvir Gabriel Costanaro, mas os parlamentares começaram a discutir no corredor do Congresso.

Em resposta à representação do partido Novo pela cassação do parlamentar, Glauber Braga afirmou que não irá “retroceder” do seu posicionamento.

“Não vão nos intimidar. Se mentir dá perda de mandato, quem tinha que perder o mandato era quem redigiu a representação por parte do Novo. Essas milícias fascistas ficam perseguindo as pessoas, tentando meter medo, fazendo com que as pessoas recuem a partir das suas ações absolutamente antidemocráticas. E o antidemocrático sou eu? E mais, o senhor Marcel van Hatten, essa semana, fez uma intervenção solicitando, na prática, que o comandante do Exército tivesse ações de ruptura institucional. Aí o antidemocrático sou eu? Eu nem sabia que esse rapaz [Gabriel Costanaro] da milícia fascista era do partido Novo, sabia que era do MBL. Estão juntinhos: MBL, Partido Novo, PL, tentando constranger os seus inimigos políticos, mas não vai colar. Nós não vamos retroceder nas nossas posições. Se tem alguém que tem que ser responsabilizado, é esse marginal”, disse o deputado, em vídeo publicado em sua conta no Instagram.