A relação do diretor de futebol do São Paulo, Vinicius Pinotti, com Alan Cimerman, ex-gerente de marketing do clube, foi o principal tema da reunião extraordinária desta terça-feira à noite do Conselho Deliberativo do clube. O encontro aconteceu no Morumbi e Pinotti não estava presente.

Membros do órgão querem explicações sobre uma possível ajuda financeira, particular, que Pinotti teria dado entre 2016 e 2017 a Cimerman, demitido do clube neste ano por suspeita de interferência na venda de ingressos para os shows do U2 e do cantor Bruno Mars no Morumbi. O caso é investigado pela Polícia Civil.

A reportagem do Estado apurou que Pinotti deve entregar uma explicação por escrito ao Conselho nos próximos 15 dias. Durante a reunião, o clube anunciou o substituto de Cimerman na gerência do marketing: Edson Lapolla, candidato à presidência derrotado por Juvenal Juvêncio em 2011.

Antes da reunião, um grupo de torcedores e sócios-torcedores protocolaram a entrega de um abaixo assinado que pede a saída de Carlos Augusto de Barros e Silva da presidência do São Paulo. O movimento, denominado Renova Tricolor, sugere um impeachment ou a renúncia de Leco, e diz ter reunido 10 mil assinaturas para endossar o pedido.

A decisão de levar o pedido adiante cai nas mãos de Marcelo Pupo, presidente do Conselho Deliberativo, que vai analisar o abaixo assinado e as razões apontadas pelo grupo e, eventualmente, levá-lo ao Conselho de Ética tricolor. O Estado apurou que a presidência do clube não se sente ameaçada pelo pedido, pois considera-o frágil em fundamentação.

Nos bastidores, até oposicionistas de Leco reconhecem que o abaixo assinado não deve ter maiores implicações do que um efeito moral, de pressão sobre a diretoria, principalmente por decisões recentes, como em compra e venda de atletas. Para eles, o momento do time do Brasileirão – em ascensão e se afastando da zona de rebaixamento – não é favorável para que o pedido ganhe força.