A operadora de telefonia Oi, que está em processo de recuperação judicial, negou na quarta-feira, 5, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que esteja em negociações com o fundo americano Elliot Management para um possível aporte na companhia. A tele informou que chegou a ser procurada por esse fundo, mas as conversas não prosperaram.

Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o ex-ministro Hélio Costa, integrante do Conselho de Administração da Oi, afirmou que a operadora não está à venda. Costa é conselheiro ligado ao empresário Nelson Tanure, que se tornou um dos principais acionistas individuais da operadora, com 6,32% de participação, por meio do fundo Société Mondiale.

A companhia protagoniza o maior processo de recuperação judicial do País, com R$ 65 bilhões de dívidas. O conselheiro afirmou que o atual momento da tele é de foco no processo de recuperação judicial e que, após essa fase, há fundos prontos para investir, sem citar os nomes. Segundo ele, há interesse de fundos brasileiros, americanos e canadenses.

Em nota à CVM, a tele disse que “a Oi não tem conhecimento de negociações atualmente em curso envolvendo a companhia e o referido fundo (Elliot)“, rebatendo informações veiculadas na imprensa de que o fundo abutre americano estaria disposto a fazer uma injeção de até R$ 10 bilhões na operadora.

Costa está até otimista em relação ao processo de recuperação judicial em condução pela companhia e disse que a Oi poderá ter condições de protagonizar um movimento de consolidação no setor. “Vencida a recuperação judicial, a Oi pode e deve procurar um parceiro para que, dentro do que o governo disse recentemente, o mercado brasileiro de telecomunicações possa ter três empresas muito bem posicionadas”, afirmou, acrescentando que “não será a Oi quem será comprada”.

O plano de recuperação judicial apresentado em setembro pela Oi traz a possibilidade de venda de ativos, entre eles as operações móveis.

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Na visão do ex-ministro, com a empresa “enxuta e funcionando bem, haverá empresas querendo investir na Oi rapidamente”. Apesar disso, ponderou que neste momento não é possível fazer nada, uma vez que a companhia está reestruturando a sua dívida.

Consolidação. O ministro Gilberto Kassab defendeu, em agosto, que o mercado de telecomunicações tenha ao menos três grandes grupos – atualmente são quatro (Oi, Telefônica/Vivo, América Móvil e TIM).

Qualquer negócio da companhia teria de passar antes pelo crivo do Conselho de Administração da tele, composto por 11 membros efetivos. A maior parte dos conselheiros são indicações da Pharol (antiga Portugal Telecom, maior acionista individual da Oi, dona de 22,24%). Procurada, a companhia portuguesa não se posicionou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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