A forte presença da Equatorial no leilão de projetos de transmissão que ocorreu nesta sexta-feira, 28, quando conquistou sete lotes, marcando a entrada da companhia no segmento, é resultado de mais de um ano de planejamento, disse o presidente do conselho de administração da empresa, Firmino Ferreira Sampaio Neto. “Dentro do nosso planejamento estratégico tínhamos a visão de que deveríamos entrar na área de transmissão de energia”, afirmou, acrescentando que a companhia constituiu uma empresa focada no segmento em setembro do ano passado.

“Vamos ter o desempenho na área de transmissão tão semelhante ou superior àquele que temos na área de distribuição”, disse o executivo. A Equatorial é considerada pelo mercado como uma companhia de alta performance, com um histórico de recuperação de ativos de distribuição complicados como a Cemar, distribuidora maranhense, e a Celpa, distribuidora do Pará.

Segundo o executivo, a Equatorial vinha estudando detalhadamente os projetos “para não entrar em projeto de aventura” e chegou a se cadastrar para a disputa de outros lotes além dos sete que conquistou. “Paramos no momento certo”, afirmou.

Ele destacou a conquista do lote 23, o último que a companhia obteve. “Fizemos um adicional, não podíamos deixar o Pará, onde temos uma concessão de distribuição, sem um ativo que é de fundamental importância para a vida da empresa”, disse, comentando que o lote havia sido ofertado em leilões anteriores, sem que houvesse interessados.

“Nossa vida empresarial é uma pautada pelo estrito senso de responsabilidade, não colocamos o pé onde não podemos alcançar”, disse, ao procurar dizer que a companhia tem fôlego para tocar os sete empreendimentos, que exigirão mais de R$ 3,9 bilhões. Ele lembrou que a companhia tem baixo nível de endividamento e gestão financeira “eficaz”. “Os passos que estamos dando foram previamente programados, sem arrobo, sem ansiedade de ganhar tudo, mas ganhar aquilo para o qual se sentia a vontade, se sentia com competência para executar”, disse, salientando que os lotes que a companhia buscou possuem alguma semelhança com trabalho que a companhia já faz na subtransmissão.

Questionado sobre a estrutura financeira que vai adotar, tendo em vista que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) modificou as condições ofertadas a novos projetos de transmissão, passando a oferecer taxas de mercado, em vez da TJLP indicada anteriormente, Firmino sinalizou que pode buscar outras alternativas. “Não podemos ficar restritos a uma instituição”, disse, acrescentando que a companhia tem “boa articulação” do ponto de vista financeiro.

Futuro

O executivo evitou comentar se a companhia pretende seguir crescendo em transmissão e buscando novo ativos. “Próximo é próximo, se tivermos condições favoráveis vamos olhar, mas não posso dar essa sinalização agora”, afirmou.