Com os inúmeros casos de racismo flagrados nas últimas semanas em competições da Conmebol, a entidade máxima do futebol sul-americano prometeu tomar providências para evitar que os casos de injúria racial não se tornem tão recorrentes como os registrados em jogos na Argentina, Brasil, Chile e Equador.

“A Conmebol promoverá mudanças na regulamentação para aumentar e endurecer as penalidades em casos de racismo. Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano”, diz parte do comunicado da entidade.

Fora do Brasil, torcedores do Fortaleza e Red Bull Bragantino foram vítimas de gestos racistas na Argentina contra River Plate e Estudiantes respectivamente. No Equador, os palmeirenses presentes foram xingados de “macacos” por um torcedor do Emelec. Na última quinta-feira (28), os flamenguistas que estiveram no Chile também foram alvo de racismo em partida diante da Universidad Católica, além de terem recebido um sinalizador arremessado por um torcedor local. Na Neo Química Arena, um torcedor do Boca Juniors chegou a ser preso após ser flagrado por vídeo imitando um macaco na direção de torcedores do Corinthians.

Todos esses casos foram registrados em partidas da fase de grupos da Copa Libertadores. Diante da repercussão e das críticas, principalmente por parte da imprensa brasileira, a Conmebol emitiu um comunicado nesta sexta-feira (29) com a promessa de mudar o cenário atual.

Leia o comunicado na íntegra:

A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Assume e assumirá sempre a sua quota-parte de responsabilidade no combate a todo o tipo de discriminação. O combate a este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, o que se evidencia nas múltiplas campanhas de sensibilização e ações de grande envergadura, bem como na aplicação de sanções a quem incorrer nestas práticas desprezíveis. .

A CONMEBOL promoverá mudanças na regulamentação para AUMENTAR E ENDURECER as penalidades em casos de racismo. Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.

O futebol é um difusor incomparável de valores positivos e construtivos na sociedade. Nos campos, treinos e competições, os jogadores de futebol aprendem desde cedo a respeitar seus adversários e valorizar suas virtudes, a tolerar os erros dos companheiros e ajudar a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em união, a saber que o caminho para vitória É a do trabalho e do sacrifício. A CONMEBOL intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS FORMATIVAS.

É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina no futebol, que, sendo um espetáculo massivo, torna-se mais um campo de ampla visibilidade em que este e outros vícios sociais podem vir à tona. A sensação de anonimato proporcionada pelas arquibancadas esportiva leva os desajustados a desencadear seu comportamento inaceitável. No entanto, isso mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR CLARAMENTE OS INFRATORES E PUNÍ-LOS COM A MAIOR GRAVIDADE.

Esses flagelos não serão superados se não se entender primeiro que eles devem ser atacados em todos os níveis: na educação familiar, nas escolas e faculdades, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através das políticas públicas e certamente também em esportes.

-A CONMEBOL exorta todos os jogadores do futebol sul-americano – clubes, federações, mídia e torcedores – a REDOBRAR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que há de mais valioso no nosso esporte: sua mensagem de camaradagem, esportividade e saúde concorrência.