Três jovens políticos, da esquerda radical e da centro-direita, tentarão tirar do veterano conservador Mariano Rajoy a presidência do governo espanhol, que ele exerce desde dezembro de 2011.

– Mariano Rajoy, 61 anos –

O presidente do conservador Partido Popular, acostumado a se apresentar como símbolo de “estabilidade, segurança, certeza e confiança”, espera ser reeleito graças a seus resultados na economia.

Pouco carismático e volúvel, orgulha-se ao lembrar que, no final de seu mandato de quatro anos, a economia espanhola voltou a crescer com força e está conseguindo reduzir o desemprego, mesmo que ainda muito elevado (20,9% em 2015).

Cinco vezes ministro nos governos de José María Aznar (1996-2004), sofreu duas derrotas eleitorais antes de conquistar a maioria absoluta no final de 2011.

Em dezembro de 2015, seu partido ganhou a maioria dos votos, mas sem maioria suficiente ou aliados, desistiu de tentar formar um governo.

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– Pedro Sánchez, 44 anos –

O secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol era um completo estranho em julho de 2014, quando foi eleito para este cargo nas primeiras eleições primárias de sua formação.

Doutor em Economia, gabava-se de não ser um homem do aparelho político.

Corajoso e determinado, propôs renovar e reviver um partido em queda, que os eleitores puniram em 2011 por sua má gestão da crise econômica.

Em dezembro, no entanto, obteve o pior resultado na história de seu partido.

Apresentando-se como a única opção “de mudança” viável, obteve 90 dos 350 deputados, o que não o impediu, após a rejeição da Rajoy, de aceitar o desafio de tentar formar um governo.

Insistiu, no entanto, em juntar-se ao Podemos de esquerda e aos liberais do Ciudadanos, levando a um fracasso retumbante.

– Pablo Iglesias, 37 anos –

Cientista político e professor universitário, o líder do Podemos entrou na política em janeiro de 2014, liderando o que ainda era um movimento cidadão, que surgiu em grande parte dos ‘indignados’, que se apresentava ao Parlamento Europeu.

Para surpresa de todos, conquistaram cinco assentos, um deles para Iglesias.

Em novembro do mesmo ano, após a transformação do Podemos em um verdadeiro partido político, foi eleito secretário-geral, apesar de uma grande oposição interna.


Figura controversa – arrogante e populista para alguns, carismático e sincero para outros – é um grande orador que impulsionou a sua imagem através de programas de televisão.

Após as eleições de dezembro, nas quais chegou em terceiro, não quis apoiar um governo de socialistas e liberais por considerar que não lutavam contra a austeridade, uma das suas principais bandeiras.

– Albert Rivera, 36 anos –

Antes de entrar para a política nacional, o presidente do partido de centro-direita Ciudadanos foi por quase uma década deputado no parlamento regional da Catalunha, onde surgiu a sua formação em 2006, opondo-se ao crescente movimento independentista.

Ex-conselheiro jurídico, apresenta-se como o outro lado da renovação política espanhola, defendendo uma “mudança pacífica” contra o radicalismo do Podemos.

Ativista contra a corrupção e defensor de políticas econômicas liberais, alguns não o perdoam por ter se aliado em 2009 aos eurocéticos do Libertas.

Após as eleições de dezembro, juntou seus 40 deputados aos de Sanchez, em um pacto de governo, insistindo na necessidade de aderir aos conservadores do PP, que se recusaram categoricamente.

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