Do presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, a seu principal rival, o conservador Pablo Casado, passando pelo líder de uma extrema direita em ascensão, Santiago Abascal, estes são os cinco principais candidatos que se enfrentarão no domingo nas eleições gerais espanholas.

– PEDRO SÁNCHEZ, Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE)

Este economista madrilenho de 47 anos chega como favorito às eleições, embora sem opções claras para mais um mandato como presidente do governo.

Sua vida política foi marcada pelos sobressaltos: levou o socialismo a seus piores resultados nas eleições de 2016 e foi defenestrado pela liderança de seu partido, mas as bases o restituíram em 2017 e em junho de 2018 chegou ao poder graças a uma moção de censura que desbancou o conservador Mariano Rajoy.

Ao perder o controle de seu orçamento, convocou as eleições, em abril passado, quando o PSOE venceu com 123 deputados em 350.

Sánchez não conseguiu formar um governo de coalizão com a esquerda radical do Podemos, levando o país à nova eleição legislativa neste domingo.

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Com uma postura mais firme diante dos separatistas catalães e alegando ter exumado o ditador Francisco Franco de seu mausoléu, Sánchez pede uma “participação maciça” para “um governo forte avançar na justiça social”, mas as pesquisas alertam que os socialistas perderiam terreno.

– PABLO CASADO, Partido Popular (PP)

Tornando-se o líder mais jovem do partido conservador, esse graduado em direito de 38 anos procura reverter o pior colapso eleitoral do PP, em abril, quando tinha 66 cadeiras.

Desde que assumiu as rédeas do PP em julho de 2018, ele imprimiu um toque conservador ao partido, contando com o apoio da extrema direita do Vox para governar regional e localmente.

Agora, com um rosto barbudo e um discurso mais suave do que ele usou contra Sánchez antes de abril, as pesquisas preveem que ele recuperará parte do espaço perdido, apesar de chegar em segundo lugar.

“O que temos hoje é um referendo sobre Pedro Sánchez”, disse Casado na segunda-feira em um debate na televisão, dizendo que ele é o único que pode enfrentar “a crise econômica e social” deixada pelo líder socialista.

– SANTIAGO ABASCAL, Vox

Ex-militante do PP de 43 anos, ameaçado pelo grupo armado basco ETA em sua juventude, Abascal procura continuar a consolidação do Vox, um partido ultranacionalista, antiimigração e antifeminista que se tornou a quinta força política em abril e que agora pode subir para o terceiro lugar, de acordo com pesquisas.

Com uma barba impecavelmente aparada e um olhar penetrante, Abascal tira proveito de seu discurso hostil contra o separatismo catalão e seus ataques virulentos a Sánchez por “profanar” o túmulo de Franco.

Abascal, cuja estratégia utiliza principalmente redes sociais, não hesita em atacar a “direita covarde” do PP e do Cidadãos.

O Vox é “a alternativa patriótica” a todas as partes “que representam o consenso progressivo”, disse Abascal no debate, onde pediu a ilegalidade dos partidos separatistas, acusou a migração ilegal de “encher nossas ruas de crime” e criticou a lei contra violência de gênero


– PABLO IGLESIAS, Podemos

O inconformado e ex-professor de ciência política de 41 anos levou seu partido a se tornar a terceira força do país em 2015 e contribuir para o fim do bipartidismo junto com o Cidadãos.

Iglesias chega no domingo desgastado pelas críticas à hiper-liderança e divisões internas no Podemos, que levaram ao surgimento de um partido rival liderado por seu ex-número dois, Íñigo Errejón.

Embora o partido possa manter sua posição de quarta força no Congresso, as pesquisas apontam para a perda de vários assentos.

– ALBERT RIVERA, Cidadãos

Este barcelonês liberal de 39 anos, que defende a unidade da Espanha diante dos separatistas catalães, conseguiu com um discurso de centro que seu partido entrasse como a quarta força no Congresso em 2015. Depois, ele se inclinou para a direita e liderou o Cidadãos para ser a terceira força em abril.

Agora as pesquisas o penalizam por não ser uma opção para desbloquear e podem perder mais da metade dos votos e cair para o quinto lugar.


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