Para mergulhar no universo da arte e saber sobre os artistas mais famosos do mundo, não é necessário ter dinheiro. Existem diversos tours virtuais para acompanhar as obras e, após a pandemia, é possível visitar os museus de graça no dia da semana que a entrada é franca. O MASP, por exemplo, libera a entrada às terças-feiras.

Abaixo menciono museus incríveis que vão, com certeza, gerar muita emoção com suas obras. Mas, antes disso, comento sobre o mecenato, uma prática de estímulo à produção cultural e artística, que visa financiar artistas e suas obras. O dinheiro ajudava não só no sustento, mas também na inclusão desses profissionais nas rodas mais badaladas da época de cada um.

Quem inspirou a palavra foi Caius Mecenas, um político que era ministro e conselheiro do Imperador Otávio Augusto. Mecenas era um cidadão romano muito rico e que foi incumbido pelo imperador de financiar a produção artística e literária da época, incluindo poetas como Horácio, Virgílio, Ovídio e Tito Lívio. A movimentação era tanta, que o Imperador teria dito a seguinte frase: “Orgulho-me de ter encontrado uma cidade de tijolos e ter deixado uma cidade de mármore”.

Artistas como Leonardo Da Vinci, Sandro Boticelli e Rafael Sanzio foram financiados pelos mecenas do Renascimento. A Igreja Católica também atuou como importante mecenas no período, financiando ícones das  artes como, por exemplo, Michelangelo, que demorou quatro anos para pintar os afrescos da Capela Sistina.

A partir do século XIX, grandes fortunas surgiram com o capitalismo industrial e financeiro, promovendo o espírito do mecenato em nomes como Guggenheim, Whitney e Andrew Carnegie. Pena que os investimentos em arte não acompanhem o ritmo do passado, obrigando muitos artistas – como eu– a terem dupla profissão. Mas, estou certa de que após tanto tempo de quarentena devido à Covid-19, muitas pessoas irão procurar mais cores e arte para iluminarem suas casas.

Viaje virtualmente pelos Top 10 museus do mundo em número de visitantes e mergulhe de cabeça no mundo das artes:

 

  1. Museu do Louvre – Paris – França

É o museu mais visitado do mundo. Tem 72.735 metros quadrados e recebia antes da Covid-19 mais de 8 milhões de visitantes por ano. O museu está localizado no Palácio do Louvre, que originalmente foi construído como uma fortaleza (séculos XII e XIII). O museu é dividido em três alas (Richelleu, Sully e Denon) e possui cinco andares, sendo dois no subsolo. Procure no site do Louvre pelo quadro da Monalisa, obra mais famosa de Leonardo Da Vinci, e por obras históricas como A Virgem das Rochas (também de Leonardo da Vinci), O Casamento em Caná (Paolo Veronese), A Coroação de Napoleão (Jacques-Lous David). As estátuas de mármore A Vênus de Milos, A Vitoria de Samotrácia e Os Cavalos de Marly são impressionantes.

 

  1. British Museum – Londres – Reino Unido

Dois milhões de anos de história e cultura. É assim que o museu se apresenta. O tour pelas galerias é um dos mais impactantes da Internet, mas a peça mais importante é uma pedra. A Rosetta Stone é a pedra mais famosa do mundo por ser o primeiro texto bilíngue egípcio antigo recuperado nos tempos modernos. Foi criada 196 anos antes de Cristo e permitiu decifrar os hieróglifos egípcios e, consequentemente, toda a história egípcia antiga. Veja as curiosidades da pedra no blog do museu.

 

  1. MoMA (Metropolitan Museum of Art) – Nova York – Estados Unidos

O MoMA é um museu cheio de personalidade. Fica no meio do buchicho de Nova York. Agora, eles estão dando visibilidade para a questão racial = We stand in solidarity with Black communities, and join the call for equity and justice (Somos solidários com as comunidades negras e aderimos a causas de equidade e justiça). O tour virtual deles é incrível, como tudo o que fazem. Clique para ver a extensa lista de artistas. Recentemente, fizeram uma exposição histórica de Tarsila do Amaral, cuja trajetória pode ser acompanhada em recente coluna que escrevi em sua homenagem. A obra mais conhecida do MoMA é A Noite Estrelada, de Vicent van Gogh.

 

  1. National Gallery – Londres – Reino Unido

Esse museu fica bem no centro de Londres. Foi fundado em 1824 e sua coleção de mais de 2.300 pinturas é concentrada em obras do século XIII a 1900. O tour virtual do acervo é bem identificado e permite ver grandes obras de Rembrandt, Caravaggio, Michelangelo, Rubens, Leonardo da Vinci, Jan van Eyck, Raphael, além de outros mestres do renascimento italiano.

 

  1. Museu do Vaticano – Vaticano

A Cidade do Vaticano, oficialmente conhecida por Stato della Città del Vaticano (Estado da Cidade do Vaticano) é a sede da Igreja Católica. Tem 0,44 km² e com uma população de apenas 1.000 habitantes. Mas esse país ridículo em suas dimensões deixa qualquer visitante de queijo caído pela grandiosidade de suas obras de Bernini, Michelangelo, Rafael e uma infinidade de artistas. O museu possui tantas obras, que uma grande parte nem está identificada. Não é só nas massas que são bons. A sensação dos visitantes é que, realmente, o mundo das artes ganhou destaque e relevância a partir da Itália.

 

  1. Tate Modern – Londres – Reino Unido

A Tate Modern é o museu de arte moderna mais importante do Reino Unido e um dos mais visitados na sua especialidade. Tem obras de artistas tão importantes como Pablo Picasso e Andy Warhol. É um espaço também de novos artistas e novas ideias de arte. Tudo no local transmite uma sensação de genialidade. Até o website é engraçado. Logo de cara, está com a mensagem `ENJOY ART WHEREVER YOU ARE. STAY CONNECTED, CALM AND CREATIVE UNTIL OUR GALLERIES REOPEN ON 27 JULY` (Aprecie arte onde quer que esteja. Fique conectado, calmo e criativo até as nossas galerias reabriem dia 27 de julho).

 

  1. Museu do Palácio Nacional – Taipei – Taiwan

Fiquei impressionadíssima quando visitei esse museu nos últimos dias após uma viagem a trabalho. Ele reúne mais de 8.000 anos de história chinesa, desde o neolítico até a Dinastia Qing. Sua coleção permanente tem mais de 677 mil peças, entre artefatos antigos chineses e obras de arte que pouco conhecemos no ocidente.

 

  1. National Gallery of Art – Washington, D.C. – Estados Unidos

O tour virtual desse museu é super organizado, assim como suas obras. Apesar do tamanho e do jardim de esculturas, dificilmente o visitante se perde. No site, pode-se ver até os destaques em uma única sessão.  Sua coleção é fabulosa e disputa em grandiosidade com o The Met Fifth Avenue de Nova York.  O acervo permanente tem muitas pinturas americanas e britânicas e importantes destaques da Escola Francesa, com impressionistas como Cézanne, Seraut, , Gauguin, Monet e Manet, entre outros. Van Gogh, Dalí, Leonardo da Vinci e Matisse são outros importantes destaques da coleção desse museu.

 

  1. Centre Pompidou – Paris – França

O ex-Presidente Georges Pompidou (1911-1974) foi quem encomendou a construção do prédio para reunir o Musée National d’Art Moderne, a biblioteca pública Bibliothèque Publique d’Information e o centro para música e pesquisas acústicas chamado IRCAM. O edifício parece uma caixa de sapato de vidro estilo high-tech, com escadas rolantes bem engraçadas. Seu desenho foi inspirado na arquitetura industrial e nas novas tecnologias. Por causa da arquitetura e sua proposta, é um dos marcos do início da pós-modernidade nas artes.  As coleções de Arte Moderna (1905-1960) e de Arte Contemporânea (a partir de 1960) são impressionantes. Leia minha coluna sobre o Marcel Duchamp (1887-1968) e procure uma obra de bicicleta no estilo ‘Readymade’.

 

  1. Musée d’Orsay – Paris – França

É um dos museus mais charmosos de Paris. Fica ao lado do Rio Sena e seu edifício era originalmente uma estação ferroviária, a Gare du Quai d’Orsay. Seu acervo permanente é sensacional e recentemente o museu remodelou a área de Pós-Impressionistas, com novos displays, aquisições recentes, devolução de empréstimos, restaurações de obras e novas combinações.