A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde o dia 29 de julho, contratou o médico psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro para avaliar suas condições de saúde. A parlamentar busca um laudo que possibilite mudar seu regime de detenção para domiciliar.
O médico atua na psiquiatria forense e trabalhou em outros casos que também ganharam repercussão nacional, como da Suzane von Richtofen, condenada por matar os pais; da ex-deputada federal Flordelis, condenada pelo assassinato do marido, Anderson do Carmo, e Adélio Bispo, autor da facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao portal R7, o psiquiatra citou que a deputada federal apresenta histórico de depressão grave de difícil controle e transtornos impulsivos com riscos de suicídio, e acrescentou que ela tem “adoecimentos psiquiátricos e neurológicos graves” e necessita de “suporte multidisciplinar contínuo”.
Ainda segundo a perícia, a deputada é portadora da síndrome de Ehlers-Danlos e necessita de assistência para prevenir riscos de quedas com possíveis desarticulações. Além disso, Zambelli tem a síndrome do Intestino Irritável, cuja melhora ocorre com dieta sem glúten.
A análise ressaltou que a parlamentar precisa de intervenção cardiológica e usa remédio cardiológico e a interrupção a deixaria vulnerável para intercorrências com alterações graves da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
Com base no laudo, o médico recomendou que a defesa solicite à Justiça italiana a concessão de prisão domiciliar humanitária, para garantir que a parlamentar tenha acesso aos cuidados médicos necessários.
Condenação, fuga e prisão
Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão, em conjunto com o hacker Walter Delgatti, aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inserir um mandado de prisão falso contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Enquanto ainda recorria no Supremo, Zambelli fugiu do Brasil e se fixou na Itália, por ter dupla cidadania. O STF formou maioria para manter a condenação da parlamentar, que passou a ser considerada foragida e teve o nome incluído na Difusão Vermelha da Interpol.