O anúncio de que Lucas Rangel e Lucas Bley estão esperando uma menina chamada Mia, gerada por barriga de aluguel nos Estados Unidos, chamou atenção nas redes sociais. O casal de influenciadores utilizou o mesmo método escolhido por Paulo Gustavo e Thales Bretas, pais dos gêmeos Gael e Romeu. Assim como eles, outros brasileiros também têm buscado esse caminho para realizar o sonho da paternidade.
É o caso de Siomar Parreira e Cássio Freitas, conhecidos como “Olar” nas redes sociais. Após anos de planejamento, eles celebram a chegada dos filhos gêmeos, Antônio e Bento, nascidos por meio de gestação por substituição em Los Angeles, na Califórnia.
Casal brasileiro celebra chegada dos filhos e reforça importância da diversidade familiar
Siomar e Cássio se conheceram em 2019, em Milão, e desde o início compartilharam o desejo de formar uma família. Em 2020, já morando juntos no Brasil, aprofundaram esse plano durante a pandemia, enquanto também estruturavam uma agência de eventos.
“Quando começamos a falar em filhos, sabíamos que ia ser desafiador. Mas o que a gente não imaginava era o quanto o amor por esses dois meninos transformaria tudo na nossa vida”, diz Cássio.
Por conta das restrições da legislação brasileira, que permite a gestação por substituição apenas em casos muito específicos, o casal optou por realizar o procedimento nos Estados Unidos. A técnica utilizada foi a fertilização in vitro com embriões doados, gestados por uma mulher que aceitou participar do processo.
“No Brasil, nossas possibilidades eram muito limitadas. E como não tínhamos uma mulher da família apta para isso, decidimos buscar um país onde o processo fosse legal e transparente”, explica Siomar.
A jornada exigiu tempo, investimento e paciência. “Foram meses de pesquisa, reuniões, decisões delicadas. A parte mais difícil foi controlar a ansiedade e confiar que, em algum momento, daria certo”, conta Cássio.
O casal também decidiu pelo sexo dos bebês. A escolha, segundo eles, foi simbólica. “Tivemos uma experiência em um banheiro público que nos fez pensar muito sobre inclusão, sobre como nossas famílias precisam ser vistas e respeitadas em todos os espaços. Queríamos criar meninos conscientes disso desde cedo”, explica Siomar.
Durante o processo, eles também lidaram com preconceito e perguntas invasivas. “Muita gente ainda pergunta ‘Cadê a mãe?’, como se a maternidade fosse o único caminho possível para formar uma família. Nosso sonho nunca teve a ver com seguir um modelo tradicional, mas com amor, cuidado e presença”, afirma Cássio.
Agora, com os filhos nos braços, o casal se diz pronto para viver uma nova fase. “A chegada do Antônio e do Bento foi o momento mais marcante das nossas vidas. Tudo o que vivemos até aqui nos preparou para esse amor imenso que é ser pai em dobro”, diz Siomar. “E queremos que nossa história ajude outras pessoas a entenderem que existem muitas formas legítimas e lindas de formar uma família”, completa.