SÃO PAULO, 7 NOV (ANSA) – Se há uma palavra para definir a nova vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Devi Harris, é o pioneirismo. Com uma longa trajetória na vida pública, a ex-senadora pela Califórnia agora é a primeira mulher e a primeira negra a ocupar o cargo na Casa Branca – ao lado do presidente Joe Biden.
Harris acumula ainda outros títulos importantes: foi a primeira negra a ser eleita procuradora na história da Califórnia, em cargo que ocupou entre 2011 e 2017, e a primeira mulher com ascendência asiática – e segunda negra – a ser eleita senadora nos Estados Unidos, a partir de 2017.
Nascida em 20 de outubro de 1964 em Oakland, Califórnia, a nova vice-presidente é filha de um professor jamaicano, Donald Harris, e de uma pesquisadora indiana, Shymala Gopalan. Ambos têm uma respeitada carreira acadêmica nos Estados Unidos, sendo ele em economia e ela na pesquisa do câncer de mama.
Kamala tem uma irmã mais nova, Maya, que também fez carreira no mundo da advocacia e da Justiça. A própria irmã foi quem realizou o casamento de Harris com o advogado Douglas Emhoff em 2014 e a vice-presidente tem duas enteadas.
Formada em Artes pela Universidade de Howard e em Direito pela Universidade da Califórnia, teve uma carreira focada nas minorias e em crimes “esquecidos” pela Justiça norte-americana, especialmente, no que tangia a comunidade negra e LGBTQIA na Califórnia. Como procuradora, por exemplo, criou um programa local de educação e reinserção no mercado de trabalho para pessoas pobres que cometiam delitos leves.
Já no Senado, teve uma postura bastante ativa contra as medidas e indicações do então presidente Donald Trump, rejeitando a maioria das nomeações feitas pelo republicano e atuando fortemente para combater pautas defendidas por ele.
A nomeação ao lado de Biden, ocorrida em agosto, já era esperada assim que o democrata anunciou que escolheria uma mulher como vice – cinco meses antes. Harris também tinha lançado seu nome como pré-candidata à Presidência no ano passado, mas desistiu da disputa interna do partido em dezembro.
Ao lado do novo presidente, terá a função de dar um ar de “jovialidade” e proximidade às minorias ao governo democrata, que se diversificou bastante desde que Barack Obama foi eleito presidente em 2008, como forma de se opor aos republicanos de Trump.
Além disso, Harris é apontada como possível substituta do próprio Biden em 2024 (o democrata teria 82 anos) ou em 2028.
(ANSA).