Thibaut Courtois, goleiro da seleção belga e do Real Madrid, voltou ao noticiário nesta semana após se recusar a perder a braçadeira de capitão para o companheiro Romelu Lukaku na partida desta terça-feira contra a Estônia, pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2024. Ele deixou o grupo e não esteve presente no jogo. Seu pai ainda tentou defendê-lo, alegando que estava contundido, mas a informação foi confirmada pelo técnico Domenico Tedesco.

“Ainda estou surpreso e chocado com o que aconteceu”, afirmou Tedesco na segunda-feira, já em Tallinn, onde a seleção enfrenta a Estônia. “Não esperava que algo assim acontecesse. Em março decidimos que Kevin (De Bruyne) seria o capitão e que haveria dois vice-capitães: Lukaku e Courtois. Vários outros jogadores eram elegíveis, como Vertonghen e Carrasco, mas se tornou essa dupla”, revelou. “Como Kevin não estava lá agora, conversei com eles antes do jogo, com calma e sem contradições. Para o jogo com a Áustria foi Lukaku, então na Estônia a tarja ficaria com Courtois”, afirmou, sem entender o estresse e a precipitação do goleiro.

Após a fala do treinador, Courtois se posicionou nas suas redes sociais sobre o que aconteceu. O goleiro não nega em sua postagem que existiu uma conversa com o treinador, mas lamenta que pela primeira vez na carreira um diálogo privado entre os jogadores e o técnico tenha passado para o público. “Pedi a ele (Domenico Tedesco), não para benefício direto, que explicasse e tomasse decisões para evitar situações que no passado nos prejudicaram, sempre buscando o benefício geral”, afirmou o goleiro.

“Ser ou não capitão da seleção não é um capricho nem uma decisão aleatória, deve ser uma decisão dele e foi isso que tentei transmitir a ele. Infelizmente não alcancei meu objetivo. Estou profundamente desapontado com isso, mas quero deixar claro que as avaliações do treinador não condizem com a realidade.”

Um dos principais jogadores de sua posição, Courtois foi revelado pelo Genk, da Bélgica, em 2009. Dois anos depois, após conquistar o Campeonato Belga, foi comprado pelo Chelsea por pouco mais de 8 milhões de euros.

Desde então, teve passagens pelo Atlético de Madrid e Real Madrid. No clube merengue, se consolidou como um dos principais goleiros da atualidade e conquistou a Liga dos Campeões na temporada 2021/2022, inclusive sendo eleito o melhor jogador da final contra o Liverpool. Na seleção belga, no entanto, passou por alguns conflitos ao longo de seu período como titular.

Além da disputa pela faixa de capitão neste ano, que culminou em uma instabilidade no elenco, Courtois se envolveu em polêmica com De Bruyne. Os jogadores se conheceram na passagem pelo Chelsea, no início da última década, mas passaram por desentendimentos desde então. Caroline Lijnen, então parceira do meia, viajou para Madri com alguns amigos e se envolveu com o goleiro.

A situação gerou um desconforto no elenco da seleção belga desde então, que teve a melhor geração de talentos de sua história na última década. No Mundial de 2022, Roberto Martínez, então treinador da equipe, Hazard e o próprio Courtois tentaram amenizar os rumores sobre conflitos no elenco.