Lorena Improta fez um desabafo em seu perfil no Instagram ao revelar que a filha, Liz, de 2 anos de idade – fruto de seu casamento com o cantor Leo Santana -, é alérgica a ovo. A dançarina contou que a menina recebeu o diagnóstico recentemente e lamentou o fato de a pequena ter a mesma restrição alimentar que ela.

No vídeo, a influenciadora digital explicou que fez exames de alergia na herdeira. “Resolvi fazer agora em mim e em Liz porque ela estava ficando muito congestionada. Enfim, pensei que ela devia ter alguma alergia, puxado alguma coisa de mim”, contou.

“Eu achava que ela não tinha alergia a ovo, mas ela tem. Eu fiquei arrasada. Eu adulta soube tirar da minha vida e sinto muita falta, imagina a criança. Mas, tudo se adapta e vamos fazer o melhor para ela”, reforçou. “Esse é um teste específico que temos para medir todas as alergias do corpo”, pontuou.

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Porém, segundo a alergologista *Manoela de Magalhães Hoff, do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), uma alergia alimentar, ou até mesmo respiratória, não pode ser diagnosticada com base em apenas um exame.

“Um exame que promete avaliar todas as possíveis alergias não é confiável. A gente investiga as alergias na história clínica de cada paciente relacionada a cada alimento”, declara ao site IstoÉ Gente, apontando quais as opções de exames que podem ser feitos, dependendo da alergia do paciente.

“O diagnóstico é feito de várias formas: existem exames de sangue, testes cutâneos e o teste de provocação. Mas esse último nem sempre é o indicado, tem que expor o paciente ao alimento em um ambiente controlado para tratar uma eventual reação”, completou.

Quais os sintomas de alergia a ovo?

Segundo a doutora, a alergia pode afetar a pele, a respiração e até levar a um quadro de choque anafilático – quando o paciente corre risco de morte.

“A alergia a ovo pode provocar sintomas imediatos assim que o paciente consome o alimento, desde sintomas de pele, como coceiras, bolinhas, vermelhidão, até sintomas respiratórios, como crises de bronquite e coriza”, citou.

“Além dos sintomas gastrointestinais, como vômito, cólicas e diarreia. E, em casos mais graves, reação anafilática, que acontece quando há uma reação sistêmica, em mais de um órgão do corpo, que pode levar ao choque anafilático”, completou.

“Existem alergias a ovo que estão relacionadas à dermatite atópica, que é uma doença de pele que se agrava quando o paciente alérgico consome ovo. Mas é importante deixar claro que o diagnóstico não é feito apenas por exames. Sintomas respiratórios de espirro, coriza, congestão nasal estão, provavelmente, mais relacionados à alergia respiratória do que alergia alimentar. A gente não pode se basear somente no resultado do teste para dizer que o paciente é alérgico a algum alimento”, reforçou.

Tratamento

Segundo a médica alergista e imunologista ** Maria Gabriela Viana De Sá Marinho, os tratamentos podem ser feitos por uso de anti-histamínicos, corticoides e anti-eméticos.

“No caso, da anafilaxia, também, deve ser feito o uso da adrenalina intramuscular. E para a doença em si, podemos realizar a dessensibilização ao ovo, que seria oferecer a proteína em pequenas quantidades, em ambiente hospitalar, acompanhado do médico alergista, seguindo um aumento gradual dessas concentrações”, afirmou.

Tem diferença entre o tratamento em adultos e em crianças?

Em casos de reações alérgicas, o tratamento é o mesmo para adultos e crianças. Em relação a alergia em si, no caso das crianças pequenas (menores de 4 anos) é comum a aquisição de tolerância à proteína do ovo, espontaneamente.

“E com acompanhamento médico podemos orientar alguns fatores, como aleitamento materno e introdução de alimentos com ovo processados em alta temperatura (bolo, macarrão e alguns biscoitos), para ajudar na aquisição dessa tolerância. Para os casos que não adquirem a tolerância, orientamos a dessensibilização”, pontuou Maria Gabriela.

Alérgicos podem voltar a comer ovo um dia?

“No caso da Liz, por ser criança e o sistema imunológico ainda estar em desenvolvimento, tem uma grande chance de poder voltar a comer o ovo, tanto pela chance da aquisição de tolerância, como pela maior chance de sucesso com a dessensibilização”, esclareceu.

Fontes:
* Dra. Manoela de Magalhães Hoff (CRM: 148637), alergista do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM)
** Maria Gabriela Viana De Sá Marinho (CRM/PB 11371 – RQE 8103), alergista e imunologista, com residência médica pela UNIFESP/EPM, médica Pediatra com residência pelo Hospital Municipal Menino Jesus, e membro do Departamento Científico de Alergia Alimentar da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).