O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda uma proposta de “vale-carne” no valor de R$ 35 para as famílias beneficiadas do programa Bolsa Família, assim elas poderão comprar até dois quilos de carne bovina por mês.

Segundo o jornal “Estadão”, a ideia foi apresentada por um grupo de pecuaristas de Mato Grosso do Sul ao ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, durante uma reunião no dia 17 agosto de 2023, na sede do ministério, em Brasília (DF). O nome provisório seria “Programa Carne no Prato”.

O ministro Paulo informou que repassou a proposta à Casa Civil e ao Ministério do Desenvolvimento Social. Os pecuaristas, entre eles Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), acreditam que a proposta pode beneficiar até 19,5 milhões de pessoas, criando a demanda por mais 2,3 milhões de cabeças de gado ao ano.

Por meio de nota enviada à ISTOÉ, a Acrissul informou que a ideia do programa é a distribuição de um cartão exclusivo para que as famílias em situação de vulnerabilidade possam comprar carnes em redes conveniadas. “A nova demanda com o programa seria de 475 mil toneladas de carne bovina por ano. No ano passado, o Mato Grosso do Sul exportou 174 mil toneladas. Ou seja, a nova demanda representa duas vezes e meia a quantidade exportada pelo MS em um ano”, acrescentou.

Questionado pelo portal, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar ressaltou que recebeu a proposta do “Programa Carne no Prato”, que está em análise pela área técnica da pasta e será encaminhada para primeira avaliação pelos demais órgãos competentes.

Em janeiro deste ano, o Bolsa Família atingiu a marca de 21,12 milhões de lares atendidos, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social. Se cada uma dessas famílias recebesse R$ 35 adicionais para comprar carne, isso custaria cerca de R$ 8,8 bilhões por ano aos cofres públicos.