Uma espécie rara de arraia, cujo habitat era a Indonésia, foi declarada extinta após uma avaliação conduzida por uma equipe internacional liderada pela Universidade Charles Darwin, da Austrália. A informação foi divulgada pela própria instituição no dia 11 de dezembro de 2023, e se torna um fato marcante pois a Java Stingaree se tornou o primeiro peixe marinho a desaparecer como consequência da ação humana.

+ Mulher fica com ferrão de arraia cravado nas costas após entrar em praia dos EUA

+ Pesquisadores acham ave quase em extinção e desaparecida há 40 anos

A Java Stingaree, cujo nome científico é Urolophus javanicus, era conhecida apenas por um único espécime coletado em um mercado de peixes de Jakarta, na Indonésia, em 1862. Julia Constance, candidata a doutorado da Universidade Charles Darwin, afirmou que encontros com o espécime na costa já vinham diminuindo desde a década de 1870. “A pesca não regulamentada é a maior responsável pela extinção.”

Ainda de acordo com a pesquisadora, a costa ao norte de Java, ilha do país asiático, onde o animal possuía o seu habitat, é altamente industrializada, o que gerou uma degradação da região a longo prazo. Segundo outra candidata a doutorado, Benaya Simeon, apesar dos esforços, desde 2001, nenhum espécime de Java Stingaree foi encontrado. “Uma série de locais foi extensivamente monitorado, mas não houveram registros da raia.”

A espécie era única por possuir o tamanho de um prato e não existirem outros tipos de arraia semelhantes em Java. O fato do animal não ter sido encontrado após inúmeras pesquisas confirma a extinção. Existem 120 peixes de água salgada que correm risco de desaparecer no mundo, e o fim da Java Stingaree deve servir como um ponto de virada para a biologia marinha, de acordo com o pesquisador Peter Kyne.

“Devemos pensar em estratégias adequadas como a proteção do habitat e a redução da sobrepesca, garantindo ao mesmo tempo a subsistência de populações que vivem da captura de peixes”, afirmou Peter Kyne, relatando que a extinção da arraia é um aviso para que a biologia marinha receba a devida atenção em todos os lugares do mundo.