Mayotte é um território ultramarino francês no Oceano Índico – e a maior favela da União Europeia. Uma ilha pressionada pela migração ilegal numa das regiões mais pobres do mundo.
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A França tenta controlar o problema, enquanto os filhos de quem fez a travessia se veem encurralados: sem ter como conseguir documento e vendo a juventude passar.
Haiddja nasceu ali, e os pais dela vieram do país vizinho, Comores. Ela costumava ser uma aluna brilhante – mas não pode mais estudar.
“Era meu sonho me tornar enfermeira. Como não há enfermeiras e médicos o suficiente em Mayotte, queria ajudar outras pessoas”, diz Hadidja, de 21 anos.
Como os pais dela vieram para este território francês ultramarino de maneira ilegal, Hadidja não é documentada e está num beco sem saída. Ela é forçada a ficar em casa fazendo tarefas domésticas para ajudar a família.
Mayotte é parte da França e da União Europeia. Fica localizado na costa oriental africana. O vizinho, Comores, é um dos países mais pobres do mundo. Dezenas de milhares de pessoas deixaram Comores para viver em Mayotte.
A estimativa é de que metade da população de Mayotte seja de estrangeiros. Muitos sem documento. “Uma vez que você está aqui, descobre que tem mais problemas aqui do que no lugar de onde você veio”, afirma o líder comunitário Mohamed Anli.
O governo francês tomou medidas drásticas para restringir a migração para a ilha de Mayotte. Uma delas é que crianças nascidas aqui não vão mais receber automaticamente a cidadania francesa.
Jovens com mais de 18 anos, como Hadidja, podem ser presos e deportados a qualquer momento. “Pessoas na mesma situação que eu não deveriam desistir dos sonhos. É preciso ser paciente”, conta Hadidja.