ROMA, 24 JUN (ANSA) – Por trás do corpo da mulher encontrada sem vida no parque Villa Pamphili, em Roma, há a história da russa Anastasia Trofimova, de 28 anos, e de sua bebê, Andromeda, também achada morta a poucos metros da mãe no último 7 de junho.
Após semanas de investigações, a polícia romana conseguiu não apenas levantar a identidade das vítimas, como também a do suposto assassino: Francis Kaufmann, um americano de 46 anos, companheiro de Anastasia e pai de Andromeda. Ele, que foi localizado na Grécia dias depois do duplo homicídio, está preso na Itália.
O casal se conheceu em Malta, onde Kaufmann morou entre 2023 e 2024. Anastasia, natural de Omsk, na Sibéria, transferiu-se para a ilha do Mediterrâneo em setembro de 2023 para fazer um curso de férias de inglês e, assim, conseguir um bom emprego na Europa ou nos Estados Unidos.
Ao conhecer o americano, que segundo a polícia, utilizava diversos nomes falsos, sendo o último “Rexal Ford”, ela se mudou de vez para a pequena cidade maltesa de Marsascala, onde nasceu Andromeda, registrada em 14 de junho de 2024. O pai da criança procurou a embaixada americana em Malta para registrar a recém-nascida, dando-lhe seu sobrenome falso, Ford. No entanto a avó materna da menina a conhecia como “Lúcia” – outro ponto que os investigadores tentam compreender.
Kaufmann, que recebia ajuda financeira de sua família nos EUA, se apresentava como cineasta, afirmando que procurava uma locação em Malta para seu próximo filme, “Food Fight”. Por coincidência, a estudante russa de inglês, recém-chegada à ilha, tinha o mesmo nome de uma cineasta russo-canadense, Anastasia Trofimova, um detalhe, que para a polícia, que ainda investiga detalhes do crime, o futuro assassino não deixou passar.
A Itália virou uma meta após Kaufmann não conseguir a verba para girar seu suposto longa em Malta. Em Roma, as coisas também não andaram bem para o “diretor cinematográfico”, o que pode ter causado diversas brigas entre o casal. Com a filha nos braços, Anastasia foi vista pelas ruas da capital, enquanto o americano, bêbado, a agredia em frente aos passantes.
Em seu último e-mail à mãe, a russa revelou que sua relação com o companheiro não ia bem. “Temos problemas, mas estamos resolvendo”, escreveu Anastasia.
De acordo com as investigações, uma possível ameaça de romper a relação pode ter levado o homem a assassinar a companheira e a própria filha. Dois dias antes de fugir de Roma para a Grécia, Kaufmann disse aos policiais sobre sua esposa: “Ela foi embora, me deixou”. (ANSA).