12/06/2020 - 0:00
Há séculos, egípcios, romanos, gregos e cristãos já faziam uso do vinho para tratar problemas de saúde. O suco de uva fermentado marcou presença na farmacopeia de diversos países até o fim do século 19, quando o movimento antiálcool apareceu. Ainda assim, o número de estudos científicos destacando as propriedades terapêuticas do
vinho só aumenta, comprovando que a bebida pode prevenir doenças cardíacas, diversos tipos de câncer e até ajudar no emagrecimento, na libido e em distúrbios como depressão e ansiedade.
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Mas, sendo alcoólico, o que implica em vários malefícios –, seria a bebida assim tão milagrosa? A WH foi atrás dos benefícios do vinho e conta tudo para você.
Benefícios do vinho: Faz bem para o coração
Instituições importantes, como a American Heart Association (EUA), a European Society
of Cardiology (Europa) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial reconhecem que o vinho pode proporcionar proteção cardiovascular. “Os polifenóis aumentam os níveis de colesterol HDL (o bom) e diminuem o LDL (o ruim), além de dificultarem a formação de trombos, responsáveis pelos infartos e AVCs”, afirma Jairo Monson de Souza Filho, cardiologista do Rio Grande do Sul e autor do livro Vinho é Saúde! – 50 respostas para entender por que a bebida de Baco pode fazer bem. Essas substâncias fortalecem as paredes das artérias, o que reduz a pressão arterial e a gordura nos vasos.
Impede o desenvolvimento da diabetes
Alguns estudos mostram que os diabéticos podem se beneficiar do controle de colesterol propiciado pelo vinho. Outros estudos também insinuam que derivados da uva aumentam a insulina e reduzem a glicose, diminuindo os riscos de adquirir a doença. Para a nutricionista Haline Dalsgaard, do Rio de Janeiro, essa é uma afirmação precipitada. “A relação entre o consumo de vinho e a redução do controle glicêmico não pode ser atribuída a todos os indivíduos, pois a velocidade de metabolização do álcool não é a mesma para todos”, diz.
Benefícios do vinho: Rejuvenesce a mente…
Uma pesquisa da Reading University (Reino Unido) sugere que três taças por semana melhoram a memória, e outro estudo, da Università di Milano (Itália), constatou que
o hábito ativa uma enzima que protege os neurônios e desenvolve as sinapses no hipocampo. Tudo isso significa que a bebida pode diminuir a progressão de doenças neurológicas degenerativas, como demência senil e Alzheimer. “O cérebro é vulnerável
aos radicais livres”, conta Caroline Dani, biomédica do Rio Grande do Sul que estuda os derivados da uva há 13 anos. “Então, pela ação antioxidante e anti-inflamatória,
esses benefícios são possíveis”, completa.
… e a pele
O resveratrol age retardando a produção de radicais livres e, portanto, preservando a pele por mais tempo. “Além disso, os polifenóis melhoram a microcirculação e a hidratação do tecido”, completa Jairo.
Previne contra câncer
Diversos estudos de todas as partes do mundo encontraram correlações entre o consumo moderado de vinho e a prevenção do câncer de pulmão, de bexiga, de próstata, de ovários, de garganta entre outros. “As células tumorais se formam devido a uma desorganização interna que descontrola a sua multiplicação genética”, explica Caroline. “Ao que tudo indica, os compostos fenólicos conseguem restabelecer a ação dos genes supressores de tumores, controlando a proliferação dessas células.” Para Haline, porém, ainda que esses estudos – feitos em ratos – sugiram que o resveratrol tenha propriedades anticancerígenas, testes com humanos permanecem inconclusivos. As pesquisas mais recentes, inclusive, relacionam o consumo de vinho com uma maior chance de desenvolver câncer de mama. Isso sem contar o abuso do álcool, que aumenta o risco de vários tipos de câncer.
Benefícios do vinho: Combate à obesidade
Um estudo da Washington State University (EUA) mostra que o resveratrol ajuda a transformar a “gordura branca” em “gordura bege”, que é mais fácil de eliminar. E outra pesquisa, da Harvard University (EUA), observou mais de 20 mil mulheres ao longo de 13 anos e descobriu que as que tomavam duas taças por dia tinham chance 70% menor de estarem acima do peso. Mérito do ácido elágico. “Ele reduz o crescimento de células de gordura já existentes, além de evitar o crescimento de novas no fígado”, afirma Haline.
Age contra a depressão, aumenta a libido e diminui o estresse
Um estudo da Universidad de Navarra (Espanha) encontrou relação entre pessoas que consumiam vinhos regularmente e uma baixa incidência de depressão, e outra pesquisa da Università di Firenzi (Itália) mostra que o vinho pode ser afrodisíaco e aumentar a libido. Em seu livro, Jairo atribui esses aspectos ao alto teor de substâncias encontradas no vinho que promovem a produção de serotonina, dopamina e endorfina. “O consumo moderado mimetiza a produção de hormônios como se o indivíduo tivesse praticado atividade física”, concorda Caroline. Isso significa que a bebida simula a sensação de relaxamento e prazer que temos após fazer exercícios – não que você possa abandonar o treino.