O Congresso de El Salvador aprovou nesta quarta-feira(14) uma prorrogação por 30 dias de um regime de exceção com o qual o presidente Nayib Bukele sustenta uma “guerra” contra as violentas gangues que assolam o país centro-americano.

“Com 67 votos (de 84) ficou aprovada a iniciativa do presidente da República (…) no sentido de prorrogar o regime de exceção”, declarou o presidente da Câmara dos Deputados, Ernesto Castro.

A décima-quinta prorrogação é referente ao período de 16 de junho a 15 de julho.

A medida, que entre outras coisas permite detenções sem ordem judicial, é aplicado em resposta a uma escalada de homicídios, com 87 mortos entre 25 e 27 de março de 2022.

“Os salvadorenhos recuperaram sua liberdade”, declarou o deputado governista Walter Alemán, ao justificar seu voto a favor do regime que prendeu cerca de 70.000 supostos membros de gangues.

A deputada Marleni Funes, da ex-guerrilha de esquerda Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), votou contra e pediu “dignidade às vítimas” porque “há arbitrariedades nas detenções”.

A medida tem sido questionada por diferentes organizações humanitárias por supostamente violar direitos. A ONG Cristosal denunciou que 153 detidos morreram no primeiro ano do regime.

Na terça-feira, o procurador-geral Rodolfo Delgado reconheceu a morte de 142 detidos durante o regime de exceção.

“Até o momento, 142 casos (de mortes) foram arquivados por não constituírem crime segundo nossas investigações”, afirmou Delgado.

Diferentes pesquisas indicam que uma média de 9 em cada 10 salvadorenhos se sentem seguros com o regime de exceção, vigente há 15 meses.

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